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Produtores de suínos cobram do governo mais esclarecimentos sobre gripe

Setor declarou guerra è denominação que vem sendo dada à doençaProdutores de suínos estão preocupados com uma possível queda nas exportações, em decorrência do pânico causado pela gripe suína. O setor teme que a epidemia afete o mercado com queda no consumo, apesar de médicos e especialistas esclarecerem que não há risco de contaminação pela ingestão de carne.

Amparados por uma nota divulgada pela Organização Mundial de Saúde Animal, que chamou a gripe suína de gripe norte-americana, representantes da cadeia produtiva de suínos declararam guerra à denominação que vem sendo dada a doença. Na tarde desta terça, dia 28, eles protocolaram nos ministérios da Saúde e Agricultura uma carta pedindo aos ministros que esclareçam à população sobre a doença, que até agora não contagiou animais.

? Não foi isolado o vírus no animal. Então a contaminação se dá entre humanos. Dizer que isso é uma gripe suína é arbitrário ? afirma o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Fernando Barros.

Controle rigoroso

Em granjas comerciais, o controle com a sanidade é rigoroso. Os funcionários e visitantes precisam tomar banho e trocar de roupa para entrar no estabelecimento. Nas baias, o trabalho de limpeza é diário. E na maternidade da granja nada pode ser feito sem os equipamentos de higiene. Todos estes procedimentos são normais na rotina destes estabelecimentos. A possibilidade de ocorrer uma doença bacteriana ou viral com este controle é praticamente nula. Por isso, especialistas acham injusto que a culpa pela epidemia seja atribuída aos suínos.

? Eu acho um grande erro, um grande engano. Porque como nos estamos ha muito tempo trabalhando com isso a gente sabe que não é isso. Às vezes tentam difamar o suíno. Eu acredito que existe muita falta de informação e especulação em cima destas informações que está levando a este desespero todo ? afirma a zootecnista Viviane Orbach.

De acordo com o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Waldomiro Ferreira Filho, o que está acontecendo no mercado é especulação e, por isso, é importante que o criador não mude seus procedimentos na granja, nem suas estratégias de negócios neste momento.

? O que nós estamos aconselhando nossos produtores é muita calma. O mercado não tem ainda nenhum diagnóstico de demanda. De diminuição da demanda, ou aumento da demanda.

Novos negócios

O Brasil exportou, em 2008, 530 mil toneladas de carne suína. O principal mercado é a Rússia, que esta semana suspendeu a importação de carne do México por causa da gripe. Agora são os produtores brasileiros que temem queda nas exportações do produto.

?Com certeza, haja vista a questão da aftosa, que já é uma doença muito mais conhecida e que todos os países do mundo sabem como ela se processa e, assim mesmo, muitas vezes, levantam embargo às nossas importações. A gripe também poderá trazer conseqüências desastrosas. E isso é mais um sinal de que precisamos nos adiantar e preparar esse planejamento ? afirma a presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Kátia Abreu.

O momento, que parece delicado, pode trazer, por outro lado, boas surpresas para o mercado de exportações de carne suína. A China, grande cliente dos EUA e do México pode se tornar agora um belo cliente dos produtores brasileiros. É nisso que aposta o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Wolmi de Souza.

? Nós precisamos realmente passar este período de turbulência, que eu acredito que deva passar no mais rápido possível. Mas eu acho que de toda esta turbulência nós vamos colher bons frutos ? afirma ele, que representa o Estado que tem mais produz carne suína no país.

Casos monitorados no Brasil

A gripe já matou centenas de pessoas no México e contagiou dezenas na América do Norte, Espanha, Reino Unido e Israel. No Brasil, o ministério da Saúde divulgou nota informando que até a tarde desta terça, dia 28, foram notificados 20 casos, que estão sendo monitorados, mas sem confirmação da doença. Os Estados do Amazonas, Minas Gerais e Santa Catarina registram três ocorrências cada. Na Bahia, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Norte foram notificados dois casos. O Paraná tem quatro pessoas em monitoramento e no Pará apenas um caso foi notificado.

De acordo com o coordenador da unidade de Doenças Transmissíveis da Organização Pan-Americana de Saúde no Brasil, Ruben Figueroa, o sistema de transmissão da doença é muito agressivo e o controle é difícil, por isso não há como garantir que as medidas adotadas pelo Brasil são suficientes.

Gripe Suína

Países atingidos:
México Estados Unidos Canadá Espanha Reino Unido Israel

Casos monitorados no Brasil:
AM, MG e SC: três casos cada
BA, RJ e RN: dois casos cada
Paraná: quatro casos
Pará: um caso
Fonte: Ministério da Saúde

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