Com o retorno das chuvas em algumas regiões, o plantio de soja ganha força no Estado.Os produtores correm para evitar mais atrasos no cronograma, mas não é apenas o tempo que preocupa. Quem possui dívidas com bancos também está em alerta. Nas últimas semanas, agricultores inadimplentes com instituições privadas tiveram maquinários arrestados judicialmente em vários municípios. Diante da insegurança provocada, a expectativa é de que qualquer possibilidade de evitar problemas semelhantes com os bancos oficiais seja agarrada. Por isso, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) alerta para o prazo do pedido de renegociação com o Banco do Brasil, que termina na sexta.
Inicialmente este prazo terminaria no dia 30 de agosto, mas foi prorrogado para 30 de setembro e, após novo pedido da Famato, estendido para o próximo dia 15. Na busca por um acordo, há um mês a diretoria do BB se reuniu com representantes da federação e apresentou uma proposta para agricultores com dívidas acima de R$ 200 mil, vencidas há mais de seis meses. O banco ofereceu a possibilidade de conceder um prazo de 10 anos para a quitação do débito mediante uma entrada de 20% da dívida.
A medida beneficiaria cerca de 700 produtores, que juntos devem aproximadamente R$ 600 milhões à instituição. Apesar de não haver uma estimativa concreta do montante total das dívidas dos produtores de Mato Grosso com o Banco do Brasil, a importância do acesso aos créditos oficiais é comprovada em números. Na última safra, a instituição concedeu cerca de R$ 2,12 bilhões para agricultura empresarial e familiar no Estado. Como as taxas de juros são inferiores às praticadas pelos bancos particulares, manter o acesso a este recurso é fundamental.
? O Banco do Brasil é o que mais entende a situação dos produtores e as dificuldades no campo e, por isso, concede prazos maiores para renegociação. Uma prova disso é a condução do assunto pelo banco, que – diferente de outras instituições – ainda não começou a arrestar bens de produtores inadimplentes ? afirma o diretor-administrativo da Famato, Nelson Piccoli.