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Nos municípios de Sinop e Sorriso, as últimas safrinhas apresentaram montanhas do cereal expostas às variações climáticas. Agora, os produtores do Estado foram prudentes e compraram silos bolsa suficientes para 2,5 milhões de toneladas. Mesmo assim, a solução paliativa faltou no mercado.
Em Campo Novo do Parecis, a situação é semelhante e o problema é a falta de caminhões para escoar a “supersafrinha” de milho. O custo do transporte supera em 50% o preço pago ao produtor nos portos.
– Os caminhões ficam presos no porto e o que estão pagando lá também não cobre os custos – diz o presidente do Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis, Alex Utida.
O atraso intencional da colheita por falta de locais para estocagem também não está dando resultado. O preço baixo pago pela saca já ficou em segundo plano. O apagão logístico leva ao acúmulo de milho a céu aberto até mesmo em regiões como o sul do Estado, que é privilegiado com as rodovias de acesso aos portos do Sul e do Sudeste.
O produtor Diorginis Seron relata que o mercado ficou praticamente parado por 15 dias, sem compra e venda do cereal. A situação é tão crítica que leva ele e os demais agricultores a pensar em redução de área plantada no próximo ano.
– Estou trocando [a produção por insumos]. Mesmo com o preço baixo, não tem comprador. Vou reduzir sim – alega.
O presidente da Aprosoja-MT, Carlos Fávaro, afirma que, mesmo com todos os problemas, o silo bolsa amenizou a situação dos produtores. Para os próximos anos, ele aposta em mudanças no cenário devido ao crédito do Plano Safra para a construção de armazéns no Estado.