Todos os anos um rastro de destruição aparece nas cinzas depois das grandes queimadas, que começam principalmente nas margens das rodovias. Mas ninguém quer se responsabilizar pela limpeza e manutenção que possam eliminar possíveis focos de incêndios. Os produtores rurais ficam com o prejuízo.
– Cada um cedendo de um lado, cedendo de outro, tendo um bom senso, porque o prejuízo é grande mesmo – afirma a diretora da cooperativa de crédito rural Sicoob Aracredi, Maria Abadia de Morais.
Uma audiência pública em Araguari deveria aprovar projetos de manejo preventivos por parte dos órgãos como o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que atendem as rodovias estaduais e federais e pela Ferrovia Centro Atlântica (FCA). Mas não houve acordo.
Os produtores rurais que assinaram a ata final ficaram decepcionados com o que eles chamam de descaso com o setor. O ponto positivo é que o processo segue na justiça e da esperança de que no futuro projetos de prevenção possam reduzir as perdas com queimadas.
– As autoridades que têm poder para modificar esta situação. Estas ações, esses resultados vem beneficiar o produtor que sofre com as queimadas – relata o produtor rural Fernando Hermes.
– A partir desta audiência eu acredito que novas iniciativas sejam tomadas. O pessoal do FCA já está entrando em acordo. Espero que façam novos estudos junto ao IEF e que também o DER e o DENIT tomem as providências de assumir alguma coisa mais adiante. É o início – aponta o produtor rural Jaime Bataglini.
As entidades envolvidas no processo não quiseram se manifestar. No caso do DER a promotoria vai levar adiante uma ação civil publica para exigir um projeto para as estradas estaduais. Para o DENIT quem pode tomar alguma providência é somente o Ministério Publico Federal. Nas ferrovias, a FCA está reformando o plano e vai apresentar em janeiro para aprovação em uma nova audiência em Araguari.
– Nós não aguentamos mais estes prejuízos. O produtor investe e vem o fogo e queima. Nosso objetivo agora é realmente dar suporte para o promotor para que esta ação pública não fique no descaso – desabafa o produtor Gilberto Ferrarini.