Produtores do Triângulo Mineiro pedem ação efetiva para prevenção de incêndios

Audiência pública deveria aprovar projetos de manejo preventivos por parte dos órgãos como o DER e o DNIT, mas não houve acordoA chegada das chuvas resolve temporariamente o problema das queimadas mas os produtores do Triângulo Mineiro querem uma ação efetiva de prevenção para os próximos anos. Nesta quarta, dia 7, os órgãos responsáveis pelas ferrovias e rodovias federais e estaduais deveriam apresentar um projeto junto ao Ministério Público mas não houve acordo e o processo se transformou em uma ação civil pública.

Todos os anos um rastro de destruição aparece nas cinzas depois das grandes queimadas, que começam principalmente nas margens das rodovias. Mas ninguém quer se responsabilizar pela limpeza e manutenção que possam eliminar possíveis focos de incêndios. Os produtores rurais ficam com o prejuízo.

– Cada um cedendo de um lado, cedendo de outro, tendo um bom senso, porque o prejuízo é grande mesmo – afirma a diretora da cooperativa de crédito rural Sicoob Aracredi, Maria Abadia de Morais.

Uma audiência pública em Araguari deveria aprovar projetos de manejo preventivos por parte dos órgãos como o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), que atendem as rodovias estaduais e federais e pela Ferrovia Centro Atlântica (FCA). Mas não houve acordo.

Os produtores rurais que assinaram a ata final ficaram decepcionados com o que eles chamam de descaso com o setor. O ponto positivo é que o processo segue na justiça e da esperança de que no futuro projetos de prevenção possam reduzir as perdas com queimadas.

– As autoridades que têm poder para modificar esta situação. Estas ações, esses resultados vem beneficiar o produtor que sofre com as queimadas – relata o produtor rural Fernando Hermes.

– A partir desta audiência eu acredito que novas iniciativas sejam tomadas. O pessoal do FCA já está entrando em acordo. Espero que façam novos estudos junto ao IEF e que também o DER e o DENIT tomem as providências de assumir alguma coisa mais adiante. É o início – aponta o produtor rural Jaime Bataglini.

As entidades envolvidas no processo não quiseram se manifestar. No caso do DER a promotoria vai levar adiante uma ação civil publica para exigir um projeto para as estradas estaduais. Para o DENIT quem pode tomar alguma providência é somente o Ministério Publico Federal. Nas ferrovias, a FCA está reformando o plano e vai apresentar em janeiro para aprovação em uma nova audiência em Araguari. 

– Nós não aguentamos mais estes prejuízos. O produtor investe e vem o fogo e queima. Nosso objetivo agora é realmente dar suporte para o promotor para que esta ação pública não fique no descaso – desabafa o produtor Gilberto Ferrarini.