Produtores de trigo comemoram bom desenvolvimento do grão no Sul

Segundo especialistas, chuvas beneficiaram a cultura e safra deve ser comercializada por um valor mais alto neste anoAs expectativas são boas para a safra de trigo em 2012. A região Sul, maior produtor da cultura no Brasil, comemora o bom desenvolvimento do grão depois das últimas chuvas e, de acordo com analistas de mercado, o produtor vai receber mais pela venda do produto nesta safra.

A estiagem que atingiu o Rio Grande do Sul afetou diretamente a as culturas de verão e atrasou o plantio das de inverno, como o trigo, no outono. O reflexo já é sentido nas lavouras gaúchas, que perderam 17% de área plantada em comparação com o mesmo período do ano passado.

De acordo com o agrônomo da Emater/RS, Alencar Rugeri, houve uma redução da área plantada na região.

– Nós temos cerca de 72% da área plantada, onde no ano passado nós tinha 89%. Mas essa cultura que foi plantada e geminou está numa condição sanitária interessante – destaca.

O plantio de trigo no Estado gaúcho começou em maio na região noroeste. Apesar de ter contribuído para o desenvolvimento do grão, o receio é de que a chuva em excesso prejudique o final do ciclo, que ocorre entre setembro e outubro na região nordeste do Rio Grande do Sul.

Até o momento, o Paraná apresenta 85% da área plantada, o que reforça a previsão de boa safra para 2012 na região.

De acordo com o analista Élcio Bento, a redução na área plantada do Rio Grande do Sul será compensada pelo aumento no preço pago pelo trigo em 2012, que deve ficar em torno de R$ 480,00 a tonelada no Estado. No Paraná, a média do valor pago pode chegar a R$ 550,00 a tonelada. Segundo o analista, os números são os melhores preços registrados nos últimos três anos.

– Temos expectativa de preço muito melhor que do ano passado. Neste ano, nós temos novamente os mesmos países da Ex-União Soviética deixando de produzir ou reduzindo. Eles estarão menos presente no mercado internacional e isso é um fator de alto para os preços no mundo – afirma.

Apesar da expectativa de uma boa safra, o Brasil ainda está longe de uma auto-suficiência na cultura do trigo, situação que difere da Argentina, principal produtor da América do Sul.

– O Brasil não conseguirá a auto-suficiência e deve se preocupar em melhorar a qualidade do grão e reduzir os custos de produção – ressalta.