Instituições de pesquisa públicas e privadas mostraram no campo 20 variedades para o trigo no Paraná. O norte do Estado tem altitude mais baixa e clima mais quente. Por isso, rusticidade e resistência a doenças são qualidades fundamentais. O coordenador do Dia de Campo que ocorreu em Cambé, Huguiyoski Sugueta, diz que o trigo desta região é do tipo melhorador, mesmo na nova classificação do Ministério da Agricultura, e o produtor precisa manter esse padrão de qualidade.
? Adaptadas ao calor, época de plantio é em abril, e que tenha um ciclo que provoque também uma certa segurança em relação ao frio e à geada, principalmente. Também tem o fator doença, que é preciso também ter essa segurança, porque cada ano é diferente, então tem diferentes tipos de doenças, então para escapar desse tipo de risco ? analisa o especialista em trigo Huguiyoski Sugueta.
Foram apresentados lançamentos e pré-lançamentos de trigo que despertaram o interesse dos cerca de 200 produtores que foram buscar as novidades.
A redução em 10% do preço mínimo do trigo, estabelecida pelo Ministério da Agricultura, e o acordo entre o governo argentino e os moinhos brasileiros, de dar preferência para o trigo vizinho, em caso de necessidade de importação, são fatos que deixaram os produtores preocupados. Porém, muitos dizem que, apesar do cenário de incertezas, não se pode abrir mão da tecnologia, especialmente em relação às variedades.
Aqui no Paraná vários produtores reclamam que ainda têm trigo estocado, os moinhos não quiseram comprar, apesar de bem classificado. O produtor Osvaldo Dante não confia em recuperação de preços, mas diz que informação é essencial para a atividade rural.
? No momento, a gente não investiu bem no plantio por causa do problema com preço no ano passado. Foi uma safra muito ruim, pelo tempo que correu mal, mas, quanto mais informação a gente tiver, quanto mais a gente puder ficar informado, é importante, porque o dia em que a gente procurar investir na lavoura para produzir, o dia que o preço compensar, a gente já vai estar por dentro ? avalia o produtor rural Osvaldo Dante.
Para o agricultor Antonio Perucci, o mercado precisa reconhecer a qualidade do trigo nacional. Porém, ele não descuida da tecnologia, plantou duas variedades resistentes à brusone, que causou grandes perdas na lavoura anterior. E ofereceu a própria área para a difusão de informações aos vizinhos.
? É muito importante porque, além de ser na nossa propriedade, estão vindo variedades mais resistentes, mais produtivas, resistentes a acamamento, a chuvas e isso é muito importante para a gente ver em um dia como esse ? explica o produtor rural Antonio Perucci.