– Essas impurezas são consideradas produtos estranhos aos cereais e têm que ser separadas. E geram um volume considerável de resíduos, que servem. Normalmente, nós usamos aqui, para adubação orgânica – explica.
A cada ano, são produzidas na entidade cerca de duas mil toneladas de resíduos agrícolas. O material também é utilizado na geração de energia. As sobras da lavoura ou restos de madeira prensados a vapor em altas temperaturas se transformam em cubos, chamados briquetes, que se tornaram uma alternativa ao uso da lenha, conforme o engenheiro florestal Valdir Quirino.
– Quando nós fabricamos e utilizamos os briquetes, estamos tirando produtos contaminantes do meio ambiente, vantagem ambiental. E estamos fazendo uma atividade econômica, gerando empregos e produzindo riquezas a partir de resíduos – aponta.
O doutorando em ciências florestais Frederico de Souza acrescenta que outro benefício da prática é evitar a promoção de desmatamento em grande quantidade para obter lenha. A maior parte da produção nacional é utilizada na indústria cerâmica e alimentícia. O empresário Paulo Bessa conta que em sua pizzaria há quatro anos substituiu a fonte de energia dos fornos e a economia chegou a 50%.
– Usávamos em torno de dois a três metros cúbicos por dia. Hoje, estamos usando a metade – relata.
Armazenados em sacos plásticos, os briquetes geram menos sujeira e ocupam menos espaço. Por estarem sempre secos, facilitam o trabalho, segundo Bessa.
– É uma coisa que traz limpeza para a pizzaria. É mais rápido o processo, mais rápido de acender e tem um calor muito bom – diz.