Um grupo de mulheres têm mudado a vida dos produtores rurais do assentamento Lagoa Seca (GO). Há dois anos, oito mulheres têm apostado no uso da ferramenta de mensagem WhatsApp para vender produtos orgânicos. Além de ofertar produtos livres de adubos químicos, com a ajuda da tecnologia as agricultoras conseguem entregar alimentos frescos, na porta de casa.
A troca de mensagens instantâneas é uma novidade no assentamento. A coordenadora do grupo do WhatsApp, Ginercina de Oliveira Silva, conta que a proposta surgiu depois de se inspirarem em um projeto parecido no Distrito Federal (DF). “Conhecemos uma comunidade de Brasília que tinha algo nesse sentido, mas aí pensamos no grupo. Criamos, adicionamos um monte de gente, mas, sabe como é, né? Associação de mulheres, distante, o sinal é bem ruim, mas insistimos”, afirma a produtora.
O investimento valeu a pena. O grupo de mensagens já tem 200 pessoas inscritas e os pedidos chegam por lá mesmo. Ginercina organiza tudo com a ajuda da filha e da sobrinha, faz uma lista com os produtos que foram produzidos na semana pelas agricultoras e depois planeja as entregas das hortaliças, queijos, galinhas.
Até surgir a ideia de aproveitar a dinamicidade do aplicativo, as produtoras tinham apenas as feiras como meio de vazão da produção. São duas na região: uma às quartas-feiras, que é a Feira do Produtor; e uma livre, no domingo. Segundo o diretor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Goiás, Luiz Pereira Neto, a iniciativa tem dado muito certo. “Antes, os lucros delas vinham apenas das duas bancas que tinham nas feiras. Hoje, elas têm o aplicativo. As vendas subiram para mais de R$ 1 mil para cada uma. Está muito bom e a expectativa é de expandir mais ainda”, avalia Pereira.