Enquanto pequenos e médios produtores precisam superar intempéries, clima e quebra da safra, o problema com a falta de mão de obra tem sido mais um problema a ser enfrentado por eles. Na propriedade de Nadir Caberlon a ajuda dos dois filhos foi o que garantiu a colheita, encerrada há cerca de 15 dias.
— Está cada vez mais difícil encontrar quem queira trabalhar, principalmente no campo, no sol, no calor — explica Caberlon.
Na propriedade da família, que fica na parte mais baixa de Forqueta, a colheita já terminou pois as uvas amadureceram mais cedo, em função do calor intenso registrado no final do ano passado. Segundo o produtor, os conhecidos que ainda estão em plena safra também têm sofrido com a falta de interessados em trabalhar.
— O ano passado foi bom, conseguimos contratar, mas este ano não teve jeito. Como algumas pessoas pagam por caixa colhida, e deu menos uva este ano, muitos não quiseram trabalhar pois julgaram que ganhariam pouco — completa.
Este ano, a quebra na quantidade da safra de uva, projetada em 20%, ocorreu devido à pouca chuva no ano passado e ao granizo que caiu ainda no final de 2011. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Caxias, Rudimar Menegotto, outro fator que tira o trabalhador do campo são as opções de trabalho na área urbana. Nos últimos anos, isso tem se intensificado, e preocupado cada vez mais os produtores.