? O impacto (no IGP-10) está todo aqui. As matérias-primas agropecuárias foram responsáveis por 0,42 ponto porcentual da desaceleração registrada pelo índice, ou seja, mais de 80% ? afirmou.
Na análise do economista, os preços dos alimentos in natura ainda continuam altos, mas começam a ceder um pouco. A taxa em abril foi de 6,16%, contra os 7,33% registrados em março.
? O que está puxando a desaceleração é o tomate, que subiu 24,71% em março e agora registrou alta de 7,13%. Em compensação, o feijão está numa fase de pressão forte, passando de queda de 1,54% em março para uma alta de 17,32% em abril, por causa da entressafra. Mas é uma situação transitória. Se não houver uma queda de safra, um problema climático, vai acabar cedendo ? disse.
Ainda no atacado, os alimentos processados registraram desaceleração, passando de uma alta de 0,48% em março para 0,29% em abril. O açúcar refinado deu uma forte contribuição, passando de um recuo de 1,97% em março para recuo de 4,25% em abril.
? Provavelmente isso se deve ao início da safra. Em alguns Estados, a moagem da cana está bem encaminhada. A carne bovina também desacelerou, de 2,61% para 1,83% em abril. Em 12 meses, a carne bovina acumula alta de 22,48%. A retomada nas exportações deve sustentar os aumentos, mas num ritmo menor. O mercado interno não comportaria um novo reajuste desse porte ? analisou o economista da FGV
Um destaque negativo no atacado é o leite industrializado, que encontra-se em entressafra. O item teve alta de 2,25% em abril, contra recuo de 0,08% em março.