No maior pólo de produtos agrícolas orgânicos do país, situado na região do município de Capanema, no sudoeste do Paraná, a empresa Gebana Brasil está desenvolvendo o projeto Soja Responsável, há um ano, com o objetivo de incentivar os agricultores a continuar plantando a soja convencional (não-transgênica). O incentivo tem apelo econômico, que atualmente corresponde ao pagamento de prêmio, ou ágio, no valor de R$ 1 por saca do grão natural. A finalidade do programa é aumentar a área de proteção dos cerca de 340 produtores de soja orgânica da região associados à Gebana.
O programa apóia apenas agricultores familiares donos de propriedades com 12 hectares, em média, interessados no prêmio. Para consegui-lo, é necessário certificar a produção e a propriedade com selo internacional idôneo e aceito pelas empresas importadoras do grão convencional. Além de comprovar aspectos técnicos de solo, plantio e colheita, também são verificados em cada propriedade as condições sociais dos agricultores familiares e requisitos ambientais, tais como reserva legal, proteção de matas ciliares.
O Soja Responsável é viabilizado por intermédio de parceria estabelecida entre a Gebana Brasil e empresas compradoras européias e oferece assistência técnica e consultorias aos pequenos produtores de soja não-transgênica da região de Capanema. A parceria possibilitou a montagem de estrutura técnica e de divulgação sobre a iniciativa. Cerca de 860 agricultores familiares da região de Capanema acabam de conseguir a certificação suíça IMO de soja convencional. Em um ano, eles vão vender a primeira safra certificada e poderão fazê-lo junto ao comprador que escolherem.
? O programa defende a idéia da proteção social e ambiental. É uma forma de brecar a entrada da soja transgênica na região. Ele visa estabelecer uma barreira entre a soja orgânica e a geneticamente modificada ? afirma Paulo Urso, gerente do Soja Responsável.
? A Gebana não vai comercializar a soja convencional apoiada pelo programa ? faz questão de ressaltar.
Em relação ao futuro, Paulo admite não ter previsões:
? O mercado é quem vai dizer, se deve prevalecer a soja transgênica ou não.