Atualmente estão em funcionamento Angra I, Angra II e Resende, no Rio de Janeiro, além de Aramar, no município de Iperó, em São Paulo. As usinas enriquecem urânio a 4% e 5% para a fabricação de vários produtos, em geral medicamentos e produtos farmacêuticos ? ou seja fins pacíficos, como costuma ressaltar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O objetivo do enriquecimento a 20% no Brasil é a fabricação de combustíveis que alimentam os reatores radiofármacos.
Os especialistas reafirmam, porém, que o programa nuclear do Brasil não é alvo de suspeitas nem de críticas pela forma como é conduzido. Em elaboração desde os anos 50, o programa é aberto a vistorias internacionais, comandadas pela Aiea, da qual o Brasil faz parte. Paralelamente, outras ações foram postas em prática.
Em 1988, na Constituição, o Brasil renunciou ao desenvolvimento de armas nucleares, em 1994 foi criada a Agência Brasileira-Argentina para a Contabilidade e Controle de Armas Nucleares (Abacc) e quatro anos depois, em 1998, assinou o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares.
O Brasil dispõe da sexta reserva mundial de urânio e tem a quarta parte disso prospectado com controle absoluto de toda a cadeia ou ciclo. Como informam os especialistas isso inclui desde a mina, a lavra, passando pelo enriquecimento e encerrando na central de energia. O programa brasileiro é definido como complexo e maduro com projetos de expansão por mais duas décadas.
No Brasil, a matriz energética é basicamente hídrica. Pelas estimativas, os percentuais são de 92% hidroeletricidade, 3% de energia nuclear e 5% térmica. De acordo com os especialistas, não há metas de ampliar os números referentes à energia nuclear.
As ações referentes ao programa nuclear envolvem vários setores os ministérios das Relações Exteriores e Ciência e Tecnologia, o Comando da Marinha, a Comissão de Energia Nuclear e Indústria Nuclear, pesquisadores, entre outros.