A ideia do programa é unir toda a cadeia do vinho, desde o produtor até a agroindústria, com o objetivo de resolver os principais gargalos do setor, como a falta de mão de obra e a expansão de novos mercados. Para o presidente da Fecovinho, Oscar Ló, o programa deve trazer maior competitividade ao setor.
– É uma oportunidade de fazer a reconversão desses parreirais e também para as indústrias se modernizarem e terem acesso à tecnologia – avalia.
De acordo com a Embrapa Uva e Vinho, o Modervitis vai levar a toda a cadeia o conhecimento de novas tecnologias. Um conjunto que envolve genética, novas cultivares e manejo, que devem aumentar a produtividade e trazer mais qualidade aos produtos. O programa deve ainda estar de acordo com a realidade de cada produtor.
– Não é um pacote pronto a ser entregue. A partir da chamada pública que vai ser criada em seguida, nós vamos identificar empresas e cooperativas e esses produtores, juntamente com as empresas, definirão qual a sua demanda. A partir disso faremos uma customização do trabalho – explica o representante da Embrapa Uva e Vinho, Alexandre Hoffmann.
O presidente do Conselho Deliberativo do Ibravin, Moacir Mazzarollo, acredita que o projeto vai garantir maior rentabilidade e ajudar a consolidar os mercados interno e externo.
– Nós precisamos ter essa tecnologia para competir com países como Argentina e Chile, que estão invadindo nosso país com produtos de boa qualidade, mas nós também temos condições de oferecer ao consumidor produtos de excelente qualidade – afirma.
O Modervitis deve estimular as associações, oferecendo linhas de crédito com juros acessíveis, já existentes nas políticas do governo federal. A assistência técnica e a capacitação vão ser feitas por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Os profissionais serão contratados através de chamada pública e a previsão é que o programa comece no segundo semestre.
– O produtor vai aderir por meio de suas cooperativas. É importante que eles estejam organizados. Temos linhas específicas, por exemplo, para a agricultura familiar, que são linhas de crédito com juros bastante baixos e subsidiados pra ele fazer a produção e comprar equipamentos. Na semana que vem o MDA vai lançar um edital para atender 1,6 mil produtores especificamente nessa região. Temos política de escoamento da produção, de sustentação de preços e investimentos fortes nas cooperativas e na indústria – diz o ministro interino do Desenvolvimento Agrário, Laudemir Müller.