O problema com o Japão foi tema de reunião na sede do Cecafé, em São Paulo, nesta segunda. Em junho, o governo japonês informou ter detectado, em contêineres vindos do Brasil, resíduos acima do permitido de dois produtos usados no combate da ferrugem do café. A detecção teria sido feita em abril. Desde lá, governo e exportadores tomaram algumas medidas. A primeira delas foi enviar informações detalhadas sobre os pesticidas encontrados.
? O Japão não tinha resgistro destes produtos e, por isso, estabeleceu um limite “padrão” que é muito rigoroso. Por isso o Brasil enviou esses registros de imediato ? explica o chefe da Divisão de Fiscalização de Agrotóxicos do Ministério da Agricultura, Antonio Miyasaka.
De acordo com o Cecafé, como os exportadores e o governo agiram de forma rápida, os embarques de café para o Japão não chegaram a ser prejudicados. E isso seria preocupante já que o país importa 5% da produção de café brasileira, o que gera um faturamento de US$ 300 milhões por ano. Mas, de qualquer jeito, o problema que ocorreu trouxe outros tipos de prejuízos para a indústria brasileira.
? As empresas têm tido mais custos pra fazer análise prévia do produto, antes de embarcar. E isso também gera um atraso nas exportações ? diz o presidente do Cecafé, Guilherme Braga.
Braga explica que o Japão é o quarto maior mercado consumidor de café do mundo e um dos países que melhor paga pelo café brasileiro. Daí a importância de se adaptar às exigências. Na reunião desta segunda foram definidas outras ações. Entre elas, um programa de conscientização de cafeicultores, além de um sistema de rastreabilidade que deve começar a ser discutido na próxima semana.
Para o Sindicato Nacional da Indústria de Defensivos (Sindag), se adaptar às exigências japonesas é necessário não só para manter os embarques.
? Como as exigências deles são grandes, vai funcionar como um balizador para todos os outros e que isso é importante ? diz o gerente de produto do Sindag, Fernando Henrique Marini.