Proibição de uso de aloe vera na fabricação de alimentos não prejudica cultivo em São Paulo

Segundo associação, cadeia produtiva é pequena e voltada à produção de cosméticos e material de limpezaProdutores de aloe vera de Jarinú, em São Paulo, afirmam não ter sido prejudicados com a proibição do uso da planta na fabricação de alimentos. Isso porque, na região, a produção é voltada para a indústria cosmética e de produtos de limpeza. Já em Santa Catarina, o cultivo foi reduzido após entrar em vigor a medida da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A justificativa do órgão para a proibição é de que faltam estudos científicos que comprovem a segurança do consumo da popular babosa como

– Os dados não aparecem nas estatísticas do Estado pelo tamanho. Normalmente, as produções são contratadas. A indústria que tem interesse acaba fazendo contratos com os produtores. Pedem um determinado volume de toneladas por mês. É o que ocorre com este tipo de cultivo, que tem uma relação muito forte com a indústria – explica.
 
Diretora de uma empresa do segmento, Becky Weltzien conta que, há 25 anos, a produção era quase caseira no empreendimento onde trabalha. Apesar de ter dificuldades relacionadas ao clima, a lavoura se desenvolveu na região. Atualmente, a propriedade é considerada modelo, com plantação orgânica e certificado do Instituto Biodinâmico.
 
– É uma planta do deserto, que gosta muito do calor, não de tanta água. Em época de chuva, sofre um pouco. A gente percebe a planta feia, amarelada. O clima propício seria no Nordeste, mas aqui vai bem, também – diz.
 
A recente determinação da Anvisa não chegou a afetar a linha de produção, de acordo com Becky. O cultivo da babosa até alguns anos era utilizado para produção do suco de aloe vera. A empresa, no entanto, parou de fabricar e hoje a produção é toda voltada a cosméticos e produtos de limpeza. A produção mensal é de cinco mil litros.
 
– A gente colhe e processa em um laboratório, onde você abre a folha, retira o gel, bate e filtra. Então você tem o produto final, um extrato líquido de aloe vera, que é encaminhado para as empresas que vão utilizá-lo. E rende cerca de 60% de extrato – revela.