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Projeto auxilia pequenos produtores do Nordeste a diminuir desmatamento na Mata Atlântica

Trabalho realizado em Alagoas uniu a Monsanto e a ONG Conservação InternacionalPequenos produtores rurais do Nordeste estão descobrindo uma maneira de diminuir o desmatamento na Mata Atlântica, uma das áreas de maior risco ambiental do país. Eles fazem parte do projeto "Produzir e Conservar", que defende a biodiversidade. O trabalho conjunto, que começou há quatro anos, uniu a Monsanto, empresa que desenvolve tecnologias para a área agrícola, com a Organização Não-Governamental (ONG) Conservação Internacional.

Setenta e nove famílias de dois assentamentos do município de Murici, no interior de Alagoas, foram selecionados pela comunidade para receber fogões ecológicos, fabricados com uma tecnologia trazida do México. Um levantamento feito por ONGs locais mostrou que a troca era uma possibilidade viável para diminuir a derrubada de árvores.

— Antigamente, todo mundo queimava, mas não era porque éramos maus. Faltavam informações que nos mostrassem que se plantasse sem queimar, ia dar resultado. Mas nós precisávamos de exemplos — explica a líder comunitária Maria Rita Rosa dos Santos.

Com a implementação dos ecofogões a quantidade de lenha usada pelos usuários caiu para menos da metade.

Além do trabalho em Alagoas, em área de Mata Atlântica, o projeto também desenvolve práticas sustentáveis no Cerrado. De acordo com pesquisadores, estes são os dois biomas mais ameaçados do país.

Estudos do Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan) mostraram que uma família de cinco pessoas consome em média meia tonelada de lenha por ano, um golpe contra a Mata Atlântica que já perdeu mais de 90% da cobertura original de florestas.

— Aqui a gente está inserido na porção de Mata Atlântica que sofreu o maior processo de conversão de perda de habitat natural. Então, o cenário é este: uma paisagem agrícola secular, governada basicamente por uma matriz não-florestada de cana-de-açúcar e de pasto, com pequenos remanescentes de florestas nos topos de morro — explica o diretor de projetos do Cepan, Severino Rodrigo Ribeiro Pinto.

— Hoje existem tecnologias, ações que já foram testadas, que podem resgatar esta floresta. Nós temos que proteger, por um lado, o que ainda resta e buscar recuperação florestal para trazer o equilíbrio necessário para que os serviços florestais possam beneficiar a todos — diz o diretor de biomas da CI Brasil, Luis Paulo Pinto.

A chegada do fogão ecológico movimentou a casa da produtora rural Maria Quitéria. A família dela foi a última a receber a caixa de 80 quilos.

— É uma nova vida. Agora ninguém está mexendo na mata. Se continuasse assim, íamos prejudicar muito a mata. As crianças é que vão lucrar com o que a gente vai preservar hoje — avalia.

Para a compra dos 80 fogões para os moradores de Murici foram investidos R$ 36 mil, média de R$ 280 por família. Os idealizadores do projeto conseguiram os recursos financiados por um banco e sonham com a multiplicação dos ecofogões.

— As pessoas respiram melhor e ao mesmo tempo preservam mais a Mata. E elas têm orgulho disso. Elas começam a falar: bom, eu estou protegendo a minha mata, eu estou ajudando a conservar a água. Em época de Rio+20, é o melhor dos mundos. A gente está vendo isso na prática. A junção de ONGs locais, mais outras ONGs, que têm essa visão mais global, junto com empresas do agronegócio é o que pode mudar a nossa realidade — diz a gerente de sustentabilidade da Monsanto do Brasil, Gabriela Burian.

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