O convênio de Cooperação Técnica foi assinado no final do mês de dezembro com a Companhia Mineradora Anglo American Brasil Ltda. Para o desenvolvimento da pesquisa foi elaborado o projeto “Diversidade vegetal, disponibilidade de metais e organismos no solo: ferramentas para a recuperação de áreas sob mineração de níquel nos complexos ultramáficos de Barro Alto-GO”.
A área de mineração em Barro Alto já foi foco de estudo da Embrapa Cerrados no projeto “Relações entre metais do solo e a biodiversidade no Cerrado: ferramentas para a conservação ambiental e a recuperação de áreas degradadas”. Neste projeto, que se encerra em março, foram feitos estudos sobre as relações entre os processos físico-químicos dos metais pesados nos solos, dos mecanismos fisiológicos de tolerância a metais em espécies nativas e prospecção de genes relacionados a essa tolerância, caracterização da diversidade vegetal e avaliação de danos potenciais da mineração de níquel sobre organismos do solo e da água.
A partir dos resultados do projeto em fase de finalização, os pesquisadores e a empresa mineradora resolveram desenvolver uma pesquisa mais direcionada à recuperação das áreas degradadas pela atividade mineradora. No projeto anterior, a pesquisa era feita em áreas naturais que ainda seriam mineradas.
No projeto atual, serão estudadas as áreas em que o minério já foi extraído para poder avaliar o impacto da mineração e definir estratégias/tecnologias de recuperação dessas áreas. No decorrer do projeto serão realizadas análises químicas e microbiologica do solo, controle de vegetação nas áreas mineradas e coletas de sementes de espécies nativas para tentar a reprodução em viveiro ou em meios de cultura.
Uma característica interessante da região de Barro Alto é o desenvolvimento de uma vegetação adaptada à presença natural nos solos de metais pesados que são potencialmente tóxicos para a maioria das plantas. Por isso, o maior desafio do projeto, de acordo com a pesquisadora Leide Rovênia, é promover a recuperação das áreas degradadas pela mineração com as espécies nativas locais.
? Existem poucas informações sobre a ecologia dessas espécies nativas tolerantes aos metais pesados desses solos. Como não é possível fazer a revegetação dessas áreas com espécies comumente utilizadas em outros ambientes com solos com características químicas e físicas distintas daquelas encontradas em solos ultramáficos , temos o desafio de multiplicar essas espécies que são adaptáveis às condições desses solos, que apresentam altas concentrações de metais pesados e fortes desequilíbrios nutricionais ? explica a líder do projeto.
Também participam do projeto os pesquisadores da Embrapa Cerrados Cícero Pereira, Fabiana Aquino, Fábio Bueno e Ieda Mendes e o analista Zenilton Miranda, da Embrapa Informação Tecnológica.