Projeto integrado quer erradicar a mosca-da-carambola em 15 anos

Praga tem a capacidade de afetar a produtividade, a qualidade do produto e, consequentemente, de colocar em risco as exportações do país

Fonte: Mapa/Divulgação

A mosca-da-carambola é uma das espécies de moscas-das-frutas de maior gravidade para o desenvolvimento e a viabilidade econômica da fruticultura brasileira. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) elaboraram um projeto para a erradicação da praga e a proposta foi apresentada nesta terça, dia 27, em Brasília, para os membros da Comissão Nacional de Fruticultura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

O inseto, cujo nome científico é Bactrocera carambolaeataca várias espécies frutíferas, além da carambola: manga, caju, laranja, acerola, tangerina, jambo, e até mesmo banana. Ela tem a capacidade de afetar a produtividade, a qualidade do produto e, consequentemente, de colocar em risco as exportações do país.

De acordo com o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Mapa, Marcus Coelho, o objetivo é erradicar de vez a praga no Brasil, especialmente nas fronteiras da região Norte, e acabar com os problemas de acesso aos novos mercados, já que a disseminação da mosca-da-carambola levaria ao fechamento dos principais mercados compradores de frutas do Brasil.

“Viemos apresentar o projeto e receber contribuições do setor produtivo, como forma de aprimorar as ações, para que os encaminhamentos sejam feitos imediatamente e, no prazo de 15 anos, solucionemos o problema”, explicou.

As demandas prioritárias do projeto são: estabelecer o programa internacional com a Guiana, Guiana Francesa, Suriname e Venezuela; implementar ações integradas entre a União, por meio do Mapa, estados através das agências de defesa agropecuária, e do setor privado; e  incluir barreiras sanitárias no aeroportos, a fim de gerenciar o risco de introdução de pragas. 

Para a pesquisadora da Cepea, Silvia Helena Miranda, o projeto traz a metodologia, a viabilidade econômica, o controle e o beneficio da erradicação da praga. Segundo ela, com o fim da mosca-da-carambola, o Brasil conseguirá manter os volumes de exportação de frutas como manga, laranja e goiaba, além de evitar prejuízos com frutas não exportadas.

Coelho acrescentou que nos estados onde há incidência da mosca-da-carambola, as plantações não são comerciais, são mais familiares, de populações ribeirinhas. “É preciso de fato ação de governo, tanto regional, quanto federal. E também a ajuda do setor privado”, frisou.