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Projeto prevê fim da distância mínima entre usinas de álcool e açúcar em Mato Grosso do Sul

Antes mesmo de ser sancionada, medida já causa polêmicaA lei que estabelece uma distância mínima entre usinas de álcool e açúcar em Mato Grosso do Sul pode estar com os dias contados. Um projeto que prevê o fim desse limite foi aprovado em segunda votação pelos parlamentares do Estado. Mas antes mesmo de ser sancionado pelo governador André Puccinelli, já causa polêmica.

Se for sancionado, o projeto de lei vai permitir que duas ou mais usinas sejam instaladas em uma distância inferior a 25 quilômetros, o que por enquanto é proibido em Mato Grosso do Sul. De acordo com os líderes do governo estadual é necessário ampliar a produção de álcool para manter a viabilidade econômica dos investimentos na implantação do alcoolduto, que escoará a produção sul-mato-grossense até o Porto de Paranaguá (PR).

Alguns empresários afirmam que ao invés de trazer benefícios, a mudança pode comprometer o desenvolvimento do setor sucroalcooleiro no Estado. O fim do limite da distância mínima entre usinas pode desordenar a expansão da atividade e desestimular o investimento, diz o diretor do Sindálcool, Luiz Ricardo Coutinho.

? Pode acontecer em Mato Grosso do Sul que aconteceu em São Paulo, onde a concorrência acabou inchando o setor, encareceu o preço da terra e tornou inviável o investimento em novas usinas ? justifica.
 
Os impactos ambientais gerados com a implantação das indústrias são outro ponto de discussão. O governo já adiantou que a instalação de novos empreendimentos só será autorizada após a realização de estudos que comprovem que a usina não oferece riscos ao meio ambiente. Mas diante do avanço acelerado do setor sucroalcooleiro em Mato Grosso do Sul, os ambientalistas estão atentos e pedem cautela aos produtores e investidores.

? O melhor a ser feito neste momento é conter a febre do setor e aguardar a conclusão do zoneamento ecológico e econômico, que vai mostrar onde é viável ou não investir em canaviais sem causar passivo ambiental ? afirma George Camargo, da ONG Conservação Internacional.
 
O projeto recebeu o apoio da Federação de Agricultura e Pecuária (Famasul). Para o presidente da entidade, a maior concorrência entre os usineiros poderá beneficiar os fornecedores de cana-de-açúcar.

? A medida acaba com o monopólio de usinas em determinadas regiões, e assim, com concorrência, o produtor pode ser beneficiado ? diz Ademar Silva Júnior.
 
Nesta safra, Mato Grosso do Sul deve produzir pelo menos 22,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, seis milhões a mais que na safra passada. Atualmente 11 usinas estão em atividade. Outras 43 devem se instalar nos próximos dois anos.

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