Projeto de revitalização do cerrado continua até o fim do ano

Bons resultados motivaram prorrogaçãoO projeto Revitalização Ecossocial do Cerrado, realizado pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) em 18 municípios mineiros, vai continuar até o final de 2011. O Ministério do Meio Ambiente autorizou a prorrogação do projeto devido aos bons resultados apresentados nos seus quatro anos de trabalho. Desde sua criação, o projeto Revitalização Ecossocial do Cerrado já beneficiou 231 produtores rurais com a montagem de planos de adequação ambiental (3

O projeto foi criado com o objetivo de conciliar desenvolvimento e conservação do meio ambiente nas pequenas propriedades rurais de Minas Gerais e envolve municípios de várias regiões: Alpinópolis, Arinos, Bambuí, Cássia, Claraval, Corinto, Córrego Dantas, Dom Bosco, Guapé, Ituiutaba, Lassance, Montes Claros, Paracatu, Passos, Santa Vitória, Vargem Bonita, Dores do Indaiá e São João Batista do Glória.

Segundo seu idealizador, o gerente da Unidade VERdeMinas de Poços de Caldas, José Paz Câmara, a intenção do projeto é minimizar as causas do desmatamento do cerrado, da degradação de seu solo e recursos hídricos, dentre outras ameaças ao bioma.

? Temos que oferecer condições para o agricultor produzir de forma sustentável. Além de ser uma boa fonte de renda, as florestas plantadas ajudam a amenizar a pressão sobre a vegetação nativa do cerrado ? ressalta.

Para o projeto, o Ministério do Meio Ambiente liberou R$ 600 mil, com contrapartida de R$ 150 mil da Emater-MG, empresa vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Desde a implantação do projeto, em 2006, os técnicos da Emater-MG fazem um trabalho de acompanhamento dos produtores, procurando aumentar o conhecimento deles sobre as condições das áreas utilizadas e manejo racional dos recursos nacionais.

Inicialmente, foram analisadas a situação socioambiental das propriedades e, a partir dos dados obtidos, foram elaborados planos de adequação ambiental e de venda da produção para os agricultores interessados em aderir ao projeto. No total, foram criados 213 planos de comercialização.

? Esses planos mostram ao produtor para quem ele pode vender o eucalipto e a que preço ? explica Câmara.

Os agricultores também tiveram orientações para conseguir financiamento para atividades florestais (Pronaf Florestal). De acordo com José Paz Câmara, os resultados do projeto também são visíveis na quantidade e na melhoria da qualidade de água disponível nas cisternas, nascentes e nos cursos d´água das propriedades, além da conservação do solo.

O município de Tapiraí, no centro-oeste do Estado, é um exemplo de sucesso dentro do projeto Revitalização Ecossocial do Cerrado. Lá, 23 agricultores estão cadastrados no projeto e 21 deles fizeram planos de adequação ambiental.

? Os produtores recuperaram muitas pastagens degradadas e plantaram diversas áreas de eucalipto ? conta José Paz Câmara.

No município, também foram feitos 20 projetos de comercialização da produção florestal.