Em 2020, o Brasil pode bater o recorde de exportação de soja em grão de 2018, que é de 83,2 milhões de toneladas, afirma a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove). Apesar de ainda não destacar isso em seus levantamentos, a entidade comentou, durante a apresentação dos resultados, essa possibilidade.
“2020 foi um ano impressionante para as exportações de soja. Nós prevemos exportações de 82,3 milhões de toneladas, mas provavelmente será um pouco mais que isso, com chance de bater os recordes de 2018”, afirma o economista-chefe da Abiove, Daniel Amaral.
Para 2021, a entidade já projeta que as vendas ao exterior podem chegar a 83,5 milhões de toneladas, puxado ainda por uma forte demanda chinesa que podem superar 100 milhões de toneladas em compras de soja do exterior.
“A China pode superar a casa das 100 milhões de soja em grão importada em 2021. Eles vão para o mercado para continuar fortalecendo a produção de carne suína. Só que ela aumenta sua demanda em um ano que os Estados Unidos tiveram uma frustração de safra, a Argentina também pode ter e mesmo com uma safra brasileira bastante positiva, a relação de estoques de soja do mundo devem seguir apertadas”, afirma Amaral.
Produção brasileira e estoques
A safra brasileira de soja em 2020/2021 deve chegar a 132,6 milhões de toneladas, segundo levantamento da Abiove. Esse é o mesmo montante da estimativa anterior, já que a entidade ainda considera cedo para revisar os dados devido aos problemas climáticos atuais. Em 2019/2020 a produção final ficou registrada em 127 mil toneladas.
“Consideramos que é um pouco cedo para fazer qualquer revisão na produção de 2020/2021, principalmente em função do clima. Entendemos que há necessidade de tempo para observar isso melhor”, diz Amaral.
Já o consumo interno, a entidade aposta em 45 milhões de toneladas em 2020 e 45,8 milhões de toneladas em 2021. O que leva a uma perspectiva de estoques abaixo das 500 mil toneladas tanto este ano, quanto no ano que vem.
Esse montante a ser processado em 2021 será o maior de nossa história. Esperamos um aumento no consumo interno do farelo. Para o óleo esperamos um aumento também estimulado pela ampliação do programa de biodiesel para B13, podendo até mesmo reduzir as exportações de óleo”, afirma.