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Soja Brasil

Agricultura 4.0 modifica a forma de produzir em fazenda tecnológica

A possibilidade de acompanhar toda a operação da lavoura em tempo real é um divisor de águas no agronegócio

Em Tupaciguara, no Triângulo Mineiro, a Fazenda Alvorada utiliza vários recursos tecnológicos durante a operação, como agricultura de precisão, telemetria e internet para acompanhar em tempo real o trabalho no campo. Esse novo modelo de cultivo levou a propriedade a tornar-se referência na produção de grãos.

Com a agricultura de precisão é possível mapear cada área e entender as necessidades do solo. Além da coleta para análise da terra, já usada há bastante tempo, atualmente é possível utilizar drones para mapear todas as características da lavoura. Um equipamento de última geração acopla duas câmeras, uma em infravermelho e outra convencional, que registram imagens em alta qualidade, em média mil fotos a cada 120 hectares.

Drone utilizado pela fazenda. Foto: Fazenda Alvorada/divulgação

Estevão Parreira, diretor comercial da Geaap, empresa de agricultura de precisão que atua na fazenda, diz que a partir desses dados gerados pelo drone, é possível enxergar a lavoura durante o desenvolvimento da cultura. “A gente consegue identificar cirurgicamente, com muito mais precisão, o que que está fazendo a soja produzir mais em alguns pontos e o que, às vezes, está impedindo a soja de produzir tanto naquele ponto. Assim podemos tomar decisões agronômicas muito mais acertadas”, comentou.

Outro recurso utilizado na fazenda é o uso de telemetria nos pivôs de irrigação que contam com sensores que permitem o acesso remoto. “Através desses sensores, a gente consegue estimar o consumo hídrico da cultura diariamente. Todos os dias a gente sabe quanto a soja precisa irrigar e quanto o milho precisa irrigar, desta forma tem mais eficiência para irrigar sem excesso e até mesmo não deixar faltar água na cultura”, afirmou Pedro Henrique Garcia, consultor da Icrop.

Pivô que funciona remotamente, por telemetria. Foto: Fazenda Alvorada/divulgação

A telemetria também está presente nas máquinas agrícolas. O equipamento trabalha com aplicação em taxa variável e armazenamento de dados. No entanto, a tecnologia aplicada no maquinário vai além disso. Um exemplo é um modelo de pulverizador que permite o controle individual bico a bico, fazendo a aplicação conforme a definição de taxa variável, o que reduz bastante o desperdício de produto.

Em 2019, a fazenda Alvorada deu mais um passo rumo à inovação na produção com a implantação do projeto URT, que permite acompanhar a operação na lavoura em tempo real. De acordo com Guilherme Lopes de Almeida, produtor rural e gestor da fazenda, os dados operacionais e agronômicos gerados nas máquinas e as informações de solo pela agricultura de precisão são reunidos em uma só plataforma, conectando fazenda, fábrica e concessionário.

Máquina com conectividade remota. Foto: Fazenda Alvorada/divulgação

“Esses dados sobem para a nuvem, integrando a plataforma da John Deere e os quatros principais parceiros deste projeto, que são a fazenda, a Maqnelson, a própria fábrica e a Geeap, que é o nosso parceiro provedor do serviço de agricultura de precisão. Desta forma, cada um com o seu olhar, tenta acompanhar esta operação e fazer valer a qualidade dela e esse é o grande propósito.

Bruno Merola, diretor comercial da Maqnelson, concessionário da marca em Uberlândia, diz que o agronegócio está passando por uma nova fase. “Hoje nós estamos em um momento maravilhoso, onde a conectividade nos possibilitou receber informação da máquina e para nós, como plataforma que recebe e envia informações para o campo, também se abriu inúmeras portas”.

O produtor rural tem a opção de implantar um sistema de monitoramento na própria fazenda, mas pode contar também com o suporte conectado oferecido pelo concessionário. A cada mudança na operação, o cliente é informado para decidir uma nova estratégia.

O gerente corporativo da empresa, Julio Cesar Martins, explica que o concessionário oferece ainda assistência pós-venda. Enquanto a máquina trabalha no campo, se houver qualquer necessidade de troca de peça ou mesmo manutenção, o equipamento emite um alerta que aparece na tela da sala de operação. De imediato é realizado o agendamento e o reparo é feito direto na fazenda, de forma simples, sem comprometer a operação. “Com isso, ganha-se agilidade. A máquina fica menos tempo parada e, consequentemente, o cliente terá maior tempo útil de produção e assim um rendimento operacional maior”, diz.

O produtor Guilherme ressalta que a plataforma é muito eficiente e se encaixa em propriedades de todos os portes. “Tudo isso que nós falamos, de trazer a propriedade para essa nova realidade da agricultura digital, ela é sim muito possível para o pequeno e para o médio produtor rural. Não é uma realidade somente para o grande produtor. A questão é o despertar de cada produtor e ele enxergar valor nisso. Essa é uma conta que se paga, é uma conta que se justifica, sem dúvida”, finalizou.

Assista abaixo os outros episódios:

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