A análise da plataforma Grão Direto sobre o mercado da soja aponta que a última semana foi marcada por um avanço no plantio do grão, impulsionado pelos bons volumes de chuvas. Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), até o início de dezembro, Mato Grosso já havia plantado 79,56% da área prevista.
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Colheita nos EUA
Nos Estados Unidos, a colheita do grão avança rapidamente, com o alcance de quase 100% da área colhida. Essa aceleração, combinada com uma comercialização mais lenta, tem exercido pressão de baixa sobre os preços na CBOT (Chicago Board of Trade).
Dólar em queda
O real se desvalorizou em relação ao dólar, em meio a tensões no mercado. A taxa de juros futura (DI de um dia) fechou a semana em 13,23% ao ano, com o câmbio estabelecido em R$5,89. Em Chicago, o contrato da soja para novembro de 2024 terminou a US$9,75 por bushel (alta de 0,98%), enquanto o contrato de março de 2025 subiu 0,90%, com o fechamento a US$10,09 por bushel.
Mercado da commodity
O plantio no Brasil avança, com condições climáticas favoráveis na maioria das regiões produtoras. Um bom início de safra pode pressionar os prêmios futuros para baixo, mas, se as condições atuais se mantiverem, o Brasil poderá ter mais uma safra recorde. A expectativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de 166 milhões de toneladas é realista e pode ser revista para cima.
Exportações do farelo
O Brasil acelera suas exportações de farelo de soja, com cerca de 18 milhões de toneladas embarcadas em 2024, um aumento de 1,8% em relação a 2023. Esse crescimento é impulsionado pela antecipação de compras do bloco europeu, em função da expectativa da EUDR (Regulamentação da União Europeia sobre Desmatamento), que proíbe a importação de produtos de áreas desmatadas após dezembro de 2020. A lei pode entrar em vigor em 30 de dezembro, mas pode ser prorrogada por um ano, com um efeito positivo nos prêmios da soja spot.
Taxas de juros
Na próxima quarta-feira (6), o Banco Central do Brasil deverá decidir sobre a taxa de juros para os próximos 45 dias, com expectativa de um aumento de 0,5 ponto percentual, elevando-a para 11,25% ao ano. Essa decisão ocorrerá um dia após as eleições nos EUA, onde uma possível vitória de Trump pode acelerar a redução das taxas de juros americanas. Com a elevação da taxa no Brasil e a expectativa de queda nos EUA, o dólar poderá enfrentar resistência para subir. No entanto, até a confirmação desse cenário, o real deve continuar se desvalorizando.
Assim, a expectativa é de mais uma semana negativa em Chicago, com o dólar exercendo contrapeso nas cotações no Brasil. No mercado interno, os prêmios devem continuar valorizando para o grão disponível, enquanto o cenário permanece pessimista para a moeda brasileira.