O mercado agrícola segue monitorando a greve de inspetores de grãos e trabalhadores de esmagadoras de soja na Argentina, que completa hoje 19 dias. As cotações da soja registraram perdas durante o pregão puxadas pelo farelo de soja, que passou a cair à medida em que o mercado vai absorvendo a notícia de que a greve dos trabalhadores portuários, que já dura mais de duas semanas, poderia acabar.
Quem explica melhor esse cenário pra gente é o analista da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez, que acredita em uma movimentação de preços, mas que não será tão acentuada. “Esse é um fator importante para o mercado, principalmente nas últimas sessões. As últimas seis sessões foram positivas e a gente lembra a importância da Argentina como grande exportadora de subprodutos da soja. A possibilidade dessa greve estar rumando para o fim a um curto prazo é a possibilidade de a Argentina voltar aos mercados exportador. Com isso, o mercado norte-americando acaba perdendo um pouco de força e é natural que essa notícia pese negativamente no preço da soja, embora o mercado continue bem sustentado pelas alterações climáticas no Brasil e Argentina e tem a demanda forte pela soja americana”, contou.
Mercado físico
“O mercado brasileiro basicamente não tem mais soja, com praticamente 100% da soja vendida e é difícil ter impactos relevantes de fatores externos. Há um ritmo de final de ano, com indústrias em recesso, e isso deixa o mercado mais acomodado. Essas correções devem acontecer a partir da entrada de mais soja no mercado físico, com a colheita talvez a partir de janeiro, se o clima permitir”, finalizou.