O clima tem a última palavra. Na agricultura, essa máxima é levada às últimas consequências. A falta ou o excesso de chuva e a temperatura baixa ou alta impactam diretamente a produtividade de diversas culturas, como a soja, por mais resiliente que seja.
Nesta safra 2023/24, o tempo úmido, com precipitações elevadas no início do ciclo do grão na região Sul, fez os casos de ferrugem-asiática aumentarem exponencialmente.
Resultado: mesmo com a temporada inacabada, as ocorrências em todo o Brasil já superam o total da temporada 2022/23, de acordo com o Consórcio Antiferrugem. Ao todo, são 309 reportes da doença até agora – o último foi feito nesta terça-feira (27) – enquanto que o ciclo anterior finalizado teve 295 casos comunicados oficialmente.
Além disso, desde a safra 2018/19 não há tantos casos nos primeiros dois meses do ano como agora. Naquele ciclo, 341 informes foram registrados até o fim de fevereiro.
Estados com mais ferrugem
Reflexo do clima excessivamente úmido no início da safra, os dois estados do Sul que mais produzem soja são os campeões em casos de ferrugem:
- Paraná: 127
- Rio Grande do Sul: 103
No Paraná, Guarapuava é o município com mais casos (10). Já entre os produtores gaúchos, Lagoa Vermelha, com 8 casos, é o mais infestado.
Completando a região Sul, em Santa Catarina foram sete reportes até o momento. Já em Mato Grosso, o líder na produção do grão no país, apenas quatro ocorrências passaram por notificação.
Em terceiro lugar no número de casos de ferrugem aparece o Mato Grosso do Sul, com 35. Por lá, chama a atenção o município de Naviraí, que possui o maior número de ocorrências em todo o país: 19.