Mato Grosso dá início ao vazio sanitário da soja. Até o dia 15 de setembro está proibida a presença de plantas vivas de soja cultivadas ou guaxas, germinação voluntária. A medida estabelecida no estado há 15 anos, além de favorecer o manejo de pragas e doenças tem como objetivo reduzir a sobrevivência do fungo causador da ferrugem asiática que pode trazer danos significativos à produtividade da leguminosa.
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“A ferrugem é uma doença extremamente agressiva. Causa desfolha, provocando perdas de até 90% da produção. Por isso é importante que o produtor fique atento a esta destruição de todas as plantas que ele tiver dentro do seu domínio para fazer o controle deste fungo e de outras doenças, que entram no manejo deste vazio sanitário”, diz Jerusa Rech, gerente de defesa agrícola da Aprosoja-MT.
Segundo Marcos da Rosa, diretor executivo da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), diz que o controle feito com o vazio sanitário pode evitar problemas em futuras safras. “Esse manejo foi criado principalmente pelo problema de ferrugem asiática que dizimou lavouras no passado em Mato Grosso e no Brasil. Essas doenças, além da ferrugem, estão se multiplicando nestas plantas guaxas, causando o problema da ponte para próxima safra, por isso o produtor precisa ter plena consciência da necessidade do vazio”.
A grande preocupação do setor produtivo também é da porteira para fora, por isso, cobra empenho das empresas responsáveis na erradicação das plantas voluntárias às margens das rodovias e vias públicas.
“O produtor está preocupado, limpando margens das estradas, seja legal ou ilegal, está fazendo a sua parte. Mas temos muitos problemas do lado de fora das fazendas, quando saímos da propriedade vemos nas estradas e nas cidades os problemas dos caminhões, que derramam soja pelo Brasil inteiro. Nós não temos vazio sanitário em plantas que se desenvolvem embaixo de viadutos. Imagina se o produtor não tivesse consciência dentro da propriedade em fazer o controle. No entanto, precisamos da consciência de todo mundo”, reforça o diretor da Famato, Marcos da Rosa.
A multa para quem descumprir o vazio sanitário da soja é de 30 UPFs (Unidade Padrão Fiscal) e mais 2 UPFs por hectare de planta não eliminada.