Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a segunda-feira com forte baixa.
Em termos de fundamentos, o mercado foi pressionado pela expectativa de ampla oferta mundial – ainda refletindo o relatório de julho do USDA – e pelo clima favorável ao desenvolvimento das lavouras americanas (68% entre boas e excelentes condições).
Influência de Trump
Após o atentado do final de semana, o candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, consolidou seu favoritismo e renovou algumas preocupações do mercado. Para os grãos, uma possível eleição de Donald Trump tem impacto no mercado por dois lados.
O primeiro deles, com efeitos a longo prazo, é a lembrança da guerra comercial imposta por ele à China em seu primeiro mandato. Os agentes temem que a demanda chinesa pelas commodities norte-americanas mingue, com os chineses ampliando compras nos países concorrentes. No caso da soja, Brasil e Argentina.
Há também o impacto no mercado financeiro. A política de Trump indicaria menor taxação às empresas do país. O mercado teme que isso resulte em maior déficit fiscal, com dólar valorizado e taxas de juros mais altas por mais tempo para controlar um possível impacto inflacionário.
Hoje, por exemplo, as bolsas subiram, o dólar se valorizou e os juros também tiveram alta. O petróleo caiu, refletindo a maior aversão ao risco. Completando o quadro negativo, o PIB chinês subiu menos que o esperado: 0,7% ante o trimestre anterior e 4,7% em relação ao mesmo período de 2023, de acordo com dados divulgados pelo departamento nacional de estatísticas (NBS) na noite deste domingo (14). A previsão do mercado era de alta de 5% na base anual.
Esmagamento de soja
A Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (Nopa) informou que o esmagamento de soja atingiu 175,599 milhões de bushels em junho, ante 183,625 milhões no mês anterior. A expectativa do mercado era de 177,936 milhões. Em junho de 2023, foram 165,023 milhões de bushels.
As inspeções de exportação norte-americana de soja chegaram a 168.593 toneladas na semana encerrada no dia 11 de julho, conforme relatório semanal divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Na semana anterior, as inspeções de exportação de soja haviam atingido 294.209 toneladas.
O relatório de julho do USDA, divulgado na sexta, indicou que a safra norte americana de soja deverá ficar em 4,435 bilhões de bushels em 2024/25, o equivalente a 120,7 milhões de toneladas.
A produtividade foi indicada em 52 bushels por acre. O número superou a expectativa do mercado de 4,416 bilhões ou 120,2 milhões de toneladas. Em junho a estimativa era de 4,45 bilhões de bushels ou 121,1 milhões de toneladas.
Já os estoques finais estão projetados em 435 milhões de bushels ou 11,84 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 445 milhões de bushels ou 12,11 milhões de toneladas.
Em junho, os estoques estavam estimados em 455 milhões de bushels ou 12,38 milhões de toneladas.
Contratos futuros
Os contratos da soja em grão com entrega em agosto fecharam com baixa de 27,00 centavos de dólar, ou 2,44%, a US$ 10,78 por bushel. A posição novembro teve cotação de US$ 10,40 por bushel, com perda de 25,25 centavos ou 2,37%.
Nos subprodutos, a posição dezembro do farelo fechou com baixa de US$ 5,80 ou 1,84% a US$ 308,30 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em dezembro fecharam a 44,91 centavos de dólar, com baixa de 0,68 centavo ou 1,49%.