Manaíra Lacerda, repórter da Expedição Soja Brasil
Quando fui convidada para ser repórter da Expedição Soja Brasil, no primeiro semestre de 2015, confesso que me deu um frio na barriga. Naquele momento, me explicaram que eu passaria cerca de 20 dias longe de casa, todos os meses, do início até o fim da safra em todo o país.
Na época, eu tinha ido morar sozinha há poucos meses e ainda não sabia direito o que era estar longe das “asas” dos pais. Pensamentos como “será que eu consigo?” passaram pela minha cabeça. Mesmo com os medos eu estava certa de que, se eu aceitasse, teria que ir até o fim.
Topei. Hoje, mais de seis meses e milhares de quilômetros depois, posso dizer que foi a melhor escolha profissional que fiz na vida. Minha gratidão é imensa por todos os gestores do Canal Rural que acreditaram no meu potencial e me deram essa oportunidade enriquecedora. Tenho que agradecer também à equipe, que esteve ao meu lado do começo ao fim nesta aventura.
Foram muitos voos, muitas estradas, muitos hotéis, muitas cidades, muito Brasil. Tive a chance de conhecer lugares e pessoas inesquecíveis no país. Um exemplo é a vista de tirar o fôlego que tivemos ao visitar o mirante da Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, no caminho entre uma lavoura e outra.
Devo citar também a história da agricultora familiar Natália Silva, que mesmo com o peso da idade, produz mais de 70 sacas de soja por hectare.
História de luta da agricultura é um exemplo para os produtores de todo o país
Dizem que o conhecimento é um bem durável, algo que nunca vamos perder. É verdade. Vi, li, conversei e aprendi tanto sobre soja ao longo do projeto que agora tenho alguns conhecimentos técnicos, políticos e econômicos sobre a cultura que nunca pensei que fosse ter um dia.
E posso contar pra vocês: a soja é muito mais do que uma monocultura, uma vilã da natureza. Ela é, principalmente, alimento para milhões de pessoas no mundo que poderiam não ter o que comer se não fosse pelo grão.
O trabalho me ensinou a crescer. Hoje me considero uma profissional melhor e, sem dúvidas, uma pessoa mais madura. É fora da zona de conforto que aprendemos as lições mais importantes.
Soja Brasil, mais uma vez, muito obrigada. Vou sentir saudades.