Fernanda Farias, repórter da Expedição Soja Braisl
Uma das metas da expedição era entrevistar produtores que cultivassem apenas semente convencional. Já na primeira semana de viagem, encontramos, por acaso, um sojicultor de Nova Mutum (MT) que faz este cultivo. Seu Sebastião Tomaz Lopes tem 900 hectares de soja convencional. Há cinco anos, ele até arriscou a transgênica.
– Não deu certo, não me adaptei – conta.
Depois de duas safras, voltou para a convencional e recuperou a alta produtividade.
– Ano passado, cheguei a colher 72 sacas por hectare, e encerrei a safra com 63 – diz orgulhoso.
Uma grande diferença para as tecnologias Bt, que alcançam em média 55 sacas/ha.
Sebastião é o único produtor de Nova Mutum que aposta exclusivamente nesse tipo de semente. E ele chama atenção, também, por outro motivo. É um exemplo de quem trocou a cidade pelo campo e deu muito certo. Paulista, há 15 anos deixou pra trás a cidade natal Ribeirão Preto e a antiga profissão.
O ex-mecânico começou com poucos hectares arrendados e hoje é dono de uma fazenda produtiva. Quem o ajuda a tocar o negócio é o filho, que acabou se formando técnico agrícola e, assim como o pai, não pretende deixar a lavoura.
O relato do seu Sebastião sobre o uso de semente tradicional estará na programação do Canal Rural.