Fernanda Farias, repórter da Expedição Soja Brasil
Hoje eu peço licença pra contar uma história fora das lavouras. A cidade é Chapadão do Sul, nosso último destino no Mato Grosso do Sul. A explicação para o nome é simples: a região é uma chapada, e o colonizador veio do Rio Grande do Sul.
Aliás, é um gaúcho que faz jus à fama que temos de bairristas. Seu Julio Martins tem 85 anos e vive aqui há mais de 40. Foi o criador do município e corretor de imóveis responsável pela venda das terras para agricultores que vieram desbravar o cerrado – esses, também gaúchos. O município foi emancipado há 27 anos e hoje tem 25 mil habitantes (80% é do Sul ou filho de gente de lá).
É uma cidade limpa, organizada, com vias largas, campus de universidade e praças com estrutura para lazer. Mas uma delas chama muito a atenção desde que foi criada, em 2013. Quer saber por que a praça 21 de abril é a queridinha dos moradores e por que contribuiu para a fama de bairrismo entre os gaúchos? Olha só esse vídeo!
Além dos que estão na praça, há mais dois monumentos espalhados pela cidade – mais uma réplica do avião e outro par de cuia e chaleira. E ainda tem o museu com as primeiras máquinas usadas na região e o verdadeiro avião que seu Julio pilotou pra chegar a Chapadão do Sul. Hoje, não é exagero dizer que seu Julio é dono de quase metade da cidade. Construiu casas, loteamentos, prédios. E também foi o responsável pela construção da biblioteca pública e da igreja.
Andar com ele por Chapadão do Sul é a certeza de muitas paradas pra conversas, cumprimentos e fotos. Nesse dia em que conversamos, ele mostrou mais um motivo pra ser querido pelos moradores. Os convites para o circo, que ganhou minutos antes, foram distribuídos no grupo de adolescentes. Os meninos e meninas que conversavam na praça do seu Julio retribuíram com um bom comportamento durante a entrevista e na pose pra foto!