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Sebastião Garcia
Chegamos na capital do norte de Mato Grosso. A próspera Sinop, cidade que tem uma sigla como nome. Curioso, não? Olha, não sei se existe outra assim no país, não! Sinop significa Sociedade Imobiliária do Norte do Paraná. Mais uma cidade do MT colonizada pelos sulistas. Em Sinop, foram os paranaenses que desbravam estas terras e em 1974 deram nome só lugar.

A cidade é muito interessante. Bem estruturada, com comércio forte. Uma cidade bonita, agradável, apesar do calor que faz por aqui. Em dois dias em que estacionamos a caravana do projeto Soja Brasil em Sinop a temperatura fácil, fácil passou dos trinta graus. Mas não foi o calor que marcou a nossa passagem por aqui. A parada na cidade foi estratégica. E, pelo menos pra mim, marcada pela vivencia de um dos acontecimentos mais importantes pra cadeia produtiva da soja brasileira: a abertura oficial do plantio da safra 2016/2017. Tudo aconteceu na sede da Embrapa agrossilvipastoril, que fica a 8 quilômetros do centro de Sinop.

Foram dias de muita troca de informações, de experiências, de orientações dos especialistas a centenas de produtores que foram lá. Falamos e ouvimos muito falar sobre técnicas e alternativas pra reduzir custos e aumentar a produtividade da soja. Ficou claro que opções não faltam. Mas ficou claro também que nada dá resultado se não for bem feito. Lembro que um dos especialistas alertava os agricultores sobre a necessidade de usarem práticas mais sustentáveis no campo. O uso indiscriminado, e por muito tempo dos agroquímicos tornou pragas e doenças ainda mais resistentes. É hora de mudar os procedimentos, fazer o manejo bem feito. Caso contrário em pouco tempo teremos mais perdas que ganhos. Olha, foi um puxão de orelha! Necessário, necessário!

Mas foi um momento de comemoração também. Um espetáculo, uma festa quando vimos as máquinas semearem as primeiras sementes de soja desta safra. Foi um ato simbólico, numa das áreas de demonstração da Embrapa Agrosilvipastoril.

Vi muitos produtores tirando fotos, selfies, orgulhosos de fazer parte desta festa. Saímos de lá orgulhos também. Afinal, não é qualquer setor da nossa economia, não é qualquer atividade neste Brasilzão que pode se dar o direito de transformar dois dias comuns, pelo menos uma vez no ano, em verdadeiros dias de glória.

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