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O Legado do Projeto Soja Brasil

Sebastião Garcia
Preciso dizer, antes de tudo, que me sinto um privilegiado. Privilegiado por ter participado do Projeto Soja Brasil neste ano de forma tão efetiva. De ter convivido com produtores rurais. Eu e minha equipe estivemos cada dia numa propriedade, cada dia numa cidade, numa região. Foi assim durante 20 dias no mês, durante nove meses. O período  mais rico certamente na minha profissão até agora.

Conheci gente que inspira, que emociona pela história que construiu ao longo da vida, gente que tenho profunda admiração pela coragem, pela força e pela eficiência. Os resultados que temos hoje na produção agrícola comprovam. Vi no Centro-Oeste produtores preocupados com o clima no início do plantio. Lembro-me do produtor Claudio Balzan, de São Gabriel do Oeste (MS), que disse arriscar plantar mesmo no pó nesse, já que a chuva atrasou naquela região.

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No Sul, mostramos o trabalho da pesquisa em um estudo sobre o comportamento do percevejo nas lavouras. Entendendo como a praga se comporta, o produtor pode direcionar as ações de controle e reduzir os custos de aplicação. Conheci o trabalho feito pelo professor Mauricio Pasini, da Universidade de Cruz Alta (Unicruz), no Rio Grande do Sul.

No Matopiba, passamos por todos os estados. Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Me surpreendi como o potencial das grandes fazendas em Uruçuí e Bom Jesus, no Piauí. Lamentavelmente boa parte deste potencial se perde da porteira  para fora. O produtor Gregory Sanders, da fazenda Progresso, me dizia que transportar a soja pela Transcerrado aumenta os custos em 20%.   A grande demanda da região é por infraestrutura das estradas ainda, por distribuição de energia elétrica e por regularização de terras. Vi o potencial dos produtores de sementes no oeste da Bahia. Um dia de  campo da sementeira Oilema, em Luiz Eduardo Magalhães (BA), reuniu mais de 1,4 mil produtores rurais. Lá os agricultores produzem com qualidade suficiente para garantir mais de 90% de pureza, germinação e vigor.

De tudo que vi e vivi com a minha equipe, o Robson, registrando com a câmera,  o Edson, nos levando onde era preciso, o Sr Aureo, nos dando consultoria com todo o seu conhecimento, volto a dizer, fui um privilegiado, porque vi e convivi com produtores confiantes, esperançosos, certamente mais felizes nesta safra, porque puderam ver o potencial das lavouras se expressarem, e com o isso o resultado do trabalho também. O clima  ajudou, é bem verdade, mas nada seria tão bom no campo, não fosse a mão e a competência do produtor rural brasileiro.

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