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Manaíra Lacerda, repórter da Expedição Soja Brasil

Conversando com um produtor rural, eu ouvi a seguinte frase: “Este é um ano desesperador”. Não foi a primeira vez que me disseram algo do tipo, ouço isso quase diariamente. Claro, não com as mesmas palavras, mas o sentido é o mesmo. A verdade é que 2015 é um ano para ficar na história como um dos piores para o agronegócio do país, e as expectativas pra 2016 são ainda piores.

Com a desvalorização do real perante ao dólar, com o câmbio na casa dos R$ 4,00, muitos produtores não sabem nem dizer em quanto está o custo de produção atual, porque tudo depende de comercialização e das compras para a safra seguinte.

Em Montividiu, no sul de Goiás, presenciei um caso extremo. Como na última safra a produtividade da soja caiu no estado – por causa de um forte veranico que atingiu as lavouras em janeiro -, agora não tem semente suficiente pra plantar soja. Para piorar, as chuvas ainda não chegaram com regularidade no estado. Enquanto se espera para começar o cultivo da soja, aumenta o medo de perder a janela ideal para o plantio da segunda safra. Resumo da ópera: a recomendação é esperar mesmo.

Como diz o ditado popular: melhor um pássaro na mão do que dois voando. Mais um ano de perdas? Não tem produtor que aguente.

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