Sustentabilidade é a palavra do momento e o agronegócio brasileiro tem sido questionado por outros países. Durante a Abertura Nacional da Colheita da Soja nesta quinta-feira, 4, o chefe geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno, defende que o Brasil só precisa mostrar os resultados do trabalho dos produtores, que é o mais sustentável do planeta. “Muitos desses questionamentos podem virar barreiras comerciais”, diz.
Do ponto de vista da ciência, ele acredita que o foco está nos programas de melhoramento, principalmente para obter tecnologias resistentes a insetos e doenças, como a ferrugem asiática. “É um trabalho que já vem sendo feito ao longo dos últimos 45 anos e que tem se intensificado”, diz.
De acordo com Nepomuceno, só com fixação biológica de nitrogênio, o Brasil deixou de emitir 180 milhões de toneladas de CO2 equivalente no ano passado. O plantio direto, que é usado em cerca de 60% das lavouras brasileiras, economiza a utilização de maquinário e, com isso, deixaram de ser consumidos 1,3 bilhão de litros de diesel. “Temos que defender isso”, afirma o pesquisador.
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O chefe da Embrapa Soja ressalta, também, que o plantio direto preserva água, nutrientes e reduz a temperatura do solo. “Permite uma vida microbiana muito maior, que vai interagir com as raízes da planta. São tecnologias que aumentam a produtividade e reduzem a emissão de gases do efeito estufa”, diz.
Nepomuceno afirma que as mudanças climáticas estão aí, sendo notadas nos períodos de seca ou de chuva excessiva cada vez mais intensos. “Sistemas conservacionistas preservam os nutrientes e evitam que ocorra a degradação do meio ambiente”, reforça.