No Tocantins, produtores de soja abriram a janela de plantio da safra 2020/2021 e, novamente, a perspectiva é de uma safra crescente em área e produtividade. Mas o setor está preocupado com a falta de chuvas e as altas temperaturas do solo, que podem chegar aos 70 °C em determinados momento do dia, inviabilizando a semeadura.
O estado já tem o sinal verde para o plantio da soja desde o dia 1º de outubro, quando terminou o período de vazio sanitário, mas a movimentação das plantadeiras, na propriedade do produtor Dari Fronza, só acontecem nas áreas de pivôs. Para o restante dos 7 mil hectares de sequeiro, o sojicultor terá que aguardar a chegada das chuvas, até para amenizar a temperatura do solo, que chega a bater os 70 °C.
“No ano passado, começamos o plantio nas primeiras semanas de outubro, pois tivemos chuvas regulares a partir do dia 7. A expectativa esse ano é que se comece um pouquinho mais tarde, no finzinho de outubro, pelas previsões que a gente vem acompanhando”, diz Fronza.
Este ano o agricultor aumentou a área de cultivo, acrescentando mais 500 hectares, que antes eram pastagens degradadas. A expectativa é de superar a média das 52 sacas de produtividade por hectare, alcançadas no ano passado.
“A gente está trabalhando bastante com calagem que, até poucos anos atrás, não era feito. Procuramos preparar muito bem essas áreas novas, com altas doses de calcário por hectare. Usamos também sementes de primeira qualidade, com todo manejo certo, para atingir uma produtividade que traga lucratividade. O ano passado baixou um pouco a nossa média, e a gente tenta buscar um número perto dos 60 sacos esse ano”, diz Fronza.
E ele não é o único a explorar a integração. Segundo o presidente da Aprosoja Tocantins, Maurício Buffon, a estimativa é que nesta safra a área de soja no estado alcance um 1,2 milhão de hectares, alta de 10% em relação ao ano passado. A média de produtividade também é otimista.
“Tocantins tem muitas áreas novas e por isso que não estamos conseguindo entregar um teto de produção. Mas temos um potencial para chegar a uma média de 65 a 70 sacos por hectare fácilmente. Nas áreas mais antigas, já tem muitos produtores colhendo essas médias. Como somos uma fronteira agrícola ainda temos muito a crescer. Essas áreas de pastagens muito degradadas demoram um pouco mais para responder, mas com certeza iremos colher bons frutos nas próximas safras”, diz.