O mercado da soja se comportou de forma volátil após o anúncio de cortes fiscais e isenção de IR para rendas até R$5 mil, que intensificaram os receios sobre o déficit público, fazendo o dólar alcançar R$6,11 na última semana.
Segundo a plataforma Grão Direto, o movimento impactou o cenário financeiro, mas também gerou uma reação no mercado de soja, com um equilíbrio entre as condições de safra no Brasil e na Argentina, que ajudaram a conter as pressões altistas, apesar da alta da moeda americana.
Apesar da valorização do dólar, as expectativas para a safra brasileira e a estabilização das condições de cultivo em áreas-chave, como no Brasil e na Argentina, ajudaram a conter pressões altistas. A safra se desenvolve em ritmo constante, proporcionando equilíbrio no mercado interno.
- Confira na palma da mão informações quentes sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no WhatsApp!
Guerra na Ucrânia
O conflito entre Rússia e Ucrânia ganhou novos contornos na última semana, com sinais de que a tensão pode se expandir para uma maior participação de países da OTAN. Esse cenário geopolítico continuou a afetar a volatilidade no mercado internacional de grãos.
Chicago
Em Chicago, o contrato de soja para janeiro de 2025 fechou a US$ 9,91 por bushel, com uma alta de 0,61% na semana. No Brasil, o dólar subiu 3,27%, alcançando R$6,00. Contudo, o mercado físico de soja não apresentou grandes variações, com alguns registros de queda de preços nas regiões produtoras, devido à falta de suporte nos valores.
O que esperar do mercado?
O clima favoreceu o desenvolvimento das lavouras em grande parte do país, com exceção de áreas como o centro-sul de Mato Grosso do Sul, que enfrentaram dificuldades devido à falta de chuva. A Conab destaca que, em geral, as condições são favoráveis para o avanço da safra. Para os próximos dias, espera-se chuvas regulares nas principais regiões produtoras, exceto em Mato Grosso do Sul e na Bahia, que podem sofrer com o déficit hídrico.
Com a colheita nos EUA finalizada, as cotações em Chicago mantiveram-se abaixo de US$ 10,00 por bushel, refletindo o grande volume de soja da safra norte-americana e a redução da demanda internacional.
Com a colheita brasileira se aproximando, um clima favorável pode pressionar as cotações para baixo, mesmo que ainda abaixo de US$ 9,00 por bushel. Esse cenário sugere que produtores brasileiros devem se preparar para uma possível pressão sobre os preços, o que pode influenciar suas estratégias de venda.
Em relação ao dólar, a instabilidade fiscal e os movimentos políticos internos levaram o dólar a atingir R$6,00, com um impacto direto sobre a curva de juros futuros. Embora um dólar mais forte possa beneficiar a competitividade da soja brasileira no exterior, ele também pressiona para baixo os preços internacionais, devido ao aumento da oferta global.
O cenário cria um dilema para os produtores: enquanto o dólar alto aumenta a rentabilidade em reais, a pressão externa pode limitar os ganhos. A recomendação é que os produtores acompanhem de perto os prêmios regionais e a dinâmica do mercado global para identificar boas oportunidades de comercialização.
Expectativas para a semana
Diante das boas perspectivas climáticas, espera-se que a semana no mercado internacional de soja seja desafiadora, com uma tendência de queda nos preços em Chicago e, possivelmente, no dólar. A recomendação para os produtores é se manter atentos a esses desenvolvimentos e avaliar com cautela suas estratégias de venda.