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Soja Brasil

Confira o que pode manter os preços da soja elevados em 2021

Para o presidente da consultoria Agroconsult, André Pessôa, várias razões no Brasil, Estados Unidos e China mostram essa tendência de alta. Confira algumas delas!

Uma das perguntas mais realizadas pelos produtores rurais aos analistas de mercado é sobre a tendência dos preços da soja em 2021. Para o presidente da consultoria Agroconsult, André Pessôa, vários elementos apontam para um ano com preços ainda bastante elevados para o grão no Brasil e no mundo.

Inicialmente o especialista em mercado da soja acredita que o potencial de produção de 133,2 milhões de toneladas no Brasil, estimado até outubro, não deve se confirmar.

“O sinal que deixo é de alerta, devido os efeitos do clima, tendo potencial para reduzir de maneira significativa a produtividade em grandes estados como Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. São os grandes que, quando tem problemas, acabam desviando bastante a média brasileira de produtividade”, afirma Pessôa.

O segundo ponto é que o Brasil deve fechar 2020 com um dos menores estoques de passagem de sua história, já que processou e vendeu ao exterior quase toda a produção.

“Nossa expectativa, em relação aos volumes de exportação de soja para esse ano, é de 82,3 milhões de toneladas, restando ao Brasil um estoque muito baixo para a virada do ano.”

Para 2021, a situação não deve mudar muito, o país deve exportar bastante e o processamento interno deve crescer, segundo perspectiva do presidente da Agroconsult.

“Em 2021 devemos alcançar um volume de processamento no mercado interno bastante expressivo, motivado pelo bom momento do mercado de carnes e etanol, chegando a 47 milhões de toneladas. Considerando que não teremos um alto estoque de entrada, não teremos como expandir muito mais o volume de exportações para o ano, que podem chegar a 83,2 milhões de toneladas. Isso claro, se a safra chegar as tais 133 milhões de toneladas, pois estamos com viés de baixa no momento. Isso pode levar a um volume exportado inferior a 2020”, afirma Pessôa.

EUA e mundo

Se o Brasil não deverá ter uma oferta tão grande assim para atender o mercado interno e externo e repor os estoques, os Estados Unidos vivem situação semelhante.

Segundo Pessôa, os estoques de soja dos Estados Unidos mudaram bastante nesse ano, já que vinham de um volume guardado recorde, justamente por conta da Guerra comercial com a China, no qual o país ficou sem vender soja por dois anos.

“E agora tiveram uma retomada muito veloz das exportações, principalmente para o mercado chinês. A China vem cumprindo o acordo que firmou. Além disso eles tiveram uma grande quebra de safra em 2019/2020 e agora em 2020/2021 uma nova quebra de safra, reduzindo ainda mais os estoques”, diz ele.

Isso tudo está levando a previsão de estoques de soja dos Estados Unidos para a safra 2020/2021 a um dos menores patamares da história, garante o especialista, bem abaixo dos volumes pré-guerra comercial.

“Isso tudo aponta para uma sustentação muito firme nos preços internacionais da soja em 2021, podendo ser maiores que os projetados nesse momento”, afirma Pessôa.

Por fim, ele destaca que esse movimento de preços em alta se soma aos patamares recordes chineses de esmagamento.

“Na safra 2020/2021 eles estão esmagando 25% mais soja que no ano passado e isso leva a acreditar que o volume de importação chinesa deve passar dos 100 milhões de toneladas, acredito que chegue a 103 milhões de toneladas, assim como o consumo interno chinês também baterá um recorde chegando a 117 milhões de toneladas 7% a mais que 2019.”

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