O clima não estava colaborando muito com os produtores de soja do país. Devido a falta de chuvas, o plantio do grão acabou atrasando e, as áreas já implantadas, apresentaram plantas com baixo desenvolvimento e replantios em alguns estados. Ainda assim, a consultoria Datagro acredita que, com o retorno das chuvas, as lavouras podem se recuperar e a produção da safra 2020/2021 capaz de superar as 134,9 milhões de toneladas de soja.
Vale destacar que a previsão anterior da consultoria era de 134,4 milhões de toneladas, ou seja, ela revisou para cima suas perspectivas.
“Já tivemos irregularidade na chegada das chuvas na região Central do país, e clima seco dominante em outubro e novembro na região Sul. Mas em função do resfriamento das águas do Atlântico Sul nas últimas semanas, a previsão é de que as chuvas nessa região se normalizem a partir de agora, o que recuperaria as condições da soja”, diz o coordenador de grãos da Datagro, Flávio Roberto de França Junior.
Para a consultoria a área plantada de soja também foi revisada para cima. Agora a perspectiva é que a cultura ocupe um total de 38,79 milhões de hectares, ante as 38,68 milhões de hectares da estimativa anterior. Esse total representa uma elevação de 3% ante as 37,50 milhões de toneladas da temporada 2019/2020.
Segundo França Junior, os fatores de estímulo ao cultivo da soja dominaram a decisão dos produtores a novamente elevarem a área nesta safra, já que os preços médios estiveram acima do padrão.
“Houve alta produtividade média, positiva lucratividade bruta da safra atual, oferta de crédito, demanda interna e externa aquecida e expectativas para a próxima safra, além de limitação na área da Argentina, redução de preços na tabela de fretes mínimos e manutenção do acordo comercial fase 1 entre EUA e China, até o momento”, ressalta ele.