Os reflexos da pior tragédia da história do Rio Grande do Sul já começam a aparecer no campo. A consultoria Stonex, por exemplo, cortou a estimativa de produção de soja do estado em 3 milhões de toneladas nesta safra.
Segundo a analista de Inteligência de Mercado da consultoria, Ana Luiza Lodi, quando as chuvas severas começaram a atingir a região, 30% das lavouras ainda precisavam ser colhidas.
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“A parte mais ao sul do Rio Grande do Sul tem ciclo mais tardio de produção de soja e foi justamente nessas áreas que esperamos as maiores perdas. Nessas lavouras, é provável que não se consiga nem colher a soja. Por conta disso, estimamos a safra no estado passando de 23 para 20 milhões de toneladas. No entanto, ainda precisamos avaliar os impactos do clima nas próximas semanas e, com isso, novos ajustes ainda podem ser feitos”.
Segundo Ana Luiza, é importante lembrar que os impactos não se restringem às plantações, mas à toda cadeia do agronegócio. “Há toda a questão de silos que foram alagados, então há perda de qualidade desses grãos que devem ter desconto nos preços e já não serão mais adequados para a exportação”.
Em relação ao mercado, a analista lembra que os últimos dias os preços da soja aumentaram por conta do temor das perdas no Rio Grande do Sul. Contudo, no contexto global, a oferta em relação ao consumo continua em alta, o que não traz suporte a cotações mais elevadas no médio prazo.