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FATOS DA SEMANA

Cortes na safra brasileira de soja e o reflexo em Chicago; fique por dentro de tudo

Para Safras & Mercado, projeções da Conab e do USDA sobre o atual ciclo estão infladas, mas quebra apontada por demais empresas é exagerada

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Foto: Pixabay

O mercado internacional de soja absorveu ao longo da semana os surpreendentemente baixistas dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) na tarde de sexta (12).

O relatório indicou safra e estoques acima do esperado nos Estados Unidos e um corte abaixo do aguardado na produção brasileira:

  • Produção dos EUA: 113,35 milhões de toneladas;
  • Estoques finais: projetados em 7,62 milhões de toneladas;
  • Safra brasileira: estimada em 157 milhões de toneladas.

O tamanho da safra nacional, após os efeitos climáticos, ainda domina as atenções do mercado. Os números do USDA e da Conab (155 milhões de toneladas) estão acima da média das consultoria privadas. Safras & Mercado, por exemplo, indica produção de 151,3 milhões de toneladas.

Nesta semana, a Aprosoja apontou um número em torno de 135 milhões de toneladas e a consultoria Pátria Agronegócios, ligada à Associação, apontou safra de 143 milhões de toneladas. No entanto, na visão de Safras & Mercado, estes números parecem exagerados.

Influência em Chicago

O corte na produção, liderado pela queda no ciclo do maior estado produtor, o Mato Grosso, não chegou a impactar os contratos futuros em Chicago. O motivo é que a safra vinda da América do Sul ainda é volumosa.

Além das 150 milhões de toneladas do Brasil – abaixo do esperado (acima de 160 milhões), mas ainda uma safra cheia – , se espera maiores safras do Paraguai, Uruguai e, principalmente, da Argentina.

O país vizinho e terceiro maior produtor mundial é um caso à parte. No ano passado, a produção foi dizimada pelo clima seco, colhendo em torno de 20 milhões de toneladas somente.

Agora, com o bom desenvolvimento das lavouras, há previsões de que até 30 milhões de toneladas poderão ser acrescidas no país vizinho, ou seja, chegando a 50 milhões de toneladas.

Projeções para o esmagamento

Foto: Envato

O USDA repetiu no levantamento de janeiro a estimativa para o esmagamento em 2,3 bilhões de bushels. A exportação teve sua estimativa mantida em 1,755 bilhão de bushels.

O Departamento norte-americano projetou safra mundial de soja em 2023/24 de 398,98 milhões de toneladas. Em dezembro, a previsão era de 398,88 milhões. Os estoques finais foram elevados de 114,2 milhões para 114,6 milhões de toneladas.

Para o órgão, a China deverá importar 102 milhões de toneladas, repetindo a previsão de dezembro.

Os estoques trimestrais de soja em grão dos Estados Unidos, na posição 1º de dezembro, totalizaram 3 bilhões de bushels. O volume estocado recuou 1% na comparação com igual período de 2022.

Soja em Mato Grosso

Em Mato Grosso, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a falta de chuva foi pautada pelo intenso El Niño nesta temporada, que resultou em dias quentes e longos períodos sem chuvas no decorrer do desenvolvimento da soja em vários municípios de Mato Grosso.

A produção da safra 2023/24 ficou projetada em 39,01 milhões de toneladas no estado, queda de 13,93% ante a safra passada.

Houve quebra expressiva na produtividade das áreas que foram semeadas até o final de outubro, onde o regime de precipitação foi menor que o necessário para o desenvolvimento das lavouras, o que resultou no encurtamento do ciclo da soja e prejudicou o potencial produtivo das plantas.

Colheita brasileira

Foto: Wenderson Araujo/Trilux

A colheita da safra de soja 2023/24 do Brasil está em 2,1% da área total esperada até o dia 12 de janeiro. A estimativa parte de levantamento de Safras & Mercado.

Neste ciclo, os trabalhos iniciaram mais adiantados. No mesmo período do ano passado estavam em 1%. Além disso, o ritmo da atual temporada supera também a média dos últimos cinco anos, de 1,7%.

Os estados mais adiantados na colheita são Mato Grosso (6%) e o Paraná (4%).

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