Mato Grosso deve produzir 41,7 milhões de toneladas de soja na safra 2022/23, um recorde absoluto, conforme estimativa da consultoria Safras & Mercado. No entanto, o número vultuoso esconde um dado que tem tirado o sono dos agricultores: os custos de produção.
O estado líder no cultivo da oleaginosa experimentou aumentos de 50,4% em um ano, partindo de R$ 4.357,16 por hectare para R$ 6.557,27/ha. Essas cifras partem do relatório mensal de Custos de Produção da Soja GMO, divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) e são referentes a setembro.
O que contribuiu para o aumento?
Entre os diversos insumos analisados, um em específico chama a atenção e o produtor já deve saber bem qual é: os preços pagos pelos fertilizantes e corretivos. Neste campo, a alta foi de impressionantes 111,8%.
Assim, partiu-se de R$ 1.141,09/ha para R$ 2.417,29/ha. O destaque especial deste segmento foi para os macronutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre), com incremento de 118,9%.
- Plantio antecipado e chuva acima da média não animam produtores de soja de MT
- Mato Grosso deve ter crescimento de 2% na área de soja em 22/23
Outro fator que doeu no bolso do produtor mato-grossense foram os custos das sementes, que tiveram alta média de 68,2% em um ano. Com isso, partiram de R$ 494,95 por hectare semeado para R$ 832,67.
Outros acréscimos na soja
O relatório do Imea mostra que a aquisição de defensivos para a produção de soja também teve impacto nos custos. Em média, os fungicidas, herbicidas, inseticidas e adjuvantes aumentaram 27,3% em um ano. Neste extrato, os herbicidas encareceram mais, de R$ 222,57/ha para R$ 351,97/ha, alta de 58%.
As chamadas despesas financeiras entraram no montante de custos analisados pelo levantamento do Imea. Desta forma, os financiamentos, seguros de máquinas, equipamentos, implementos e produção subiram 48,9% (R$ 287,40 para R$ 428,16 por hectare).