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MANEJO AGRÍCOLA

Doenças de final de ciclo na soja podem ser combatidas com uso de micronutriente

Irregularidade das chuvas e temperaturas acima da média causadas pelo El Niño contribuem para aparecimento de ferrugem e mancha-alvo

mancha alvo soja micronutriente

O El Niño tem afetado o clima em todo o Brasil e, por consequência, o ciclo da principal commodity agrícola do país: a soja.

A irregularidade no volume de chuvas e as temperaturas acima da média têm preocupado os produtores porque além de interferir na produtividade, conferem um ambiente favorável para ocorrência das principais doenças da cultura, principalmente as de final de ciclo (DFCs), como mancha alvo e ferrugem asiática.

De acordo com a técnica em Desenvolvimento de Mercado da Brandt Brasil, Bruna Siqueira, para combater essas patologias e evitar prejuízos, o agricultor precisa considerar estratégias integradas de manejo fitossanitário a fim de ter um controle efetivo e promover maior sustentabilidade no ambiente de produção.

“Considerando o cenário desfavorável para os agricultores devido às mudanças de clima, a nutrição de plantas é uma aliada, visto que a interação entre a sanidade de plantas e a nutrição vem demonstrando efeitos significativos nos últimos anos”, diz.

Micronutriente eficaz

A especialista lembra que dentre os micronutrientes com maior eficácia nesse cenário de clima propício às doenças de final de ciclo, o cobre é amplamente utilizado.

“Isso graças à sua ação no aumento do sistema de defesa natural das plantas pelo aumento das barreiras físicas, que dificultam a entrada do patógeno em seus tecidos por meio do estímulo à formação de lignina nas paredes celulares”.

Segundo ela, o micronutriente propicia, também, a formação de barreiras bioquímicas, que atuam sobre o patógeno dentro do tecido vegetal, inibindo seu crescimento e diminuindo a quantidade de lesões em virtude de seu efeito fungistático e bacteriostático (produção de fitoalexinas e compostos fenólicos).

“Além disso, o cobre atua evitando o acúmulo de nitrato em função da melhor atividade da redutase do nitrato, resultando em menor disponibilidade de alimento para os patógenos”, pontua.

Contudo, Bruna alerta que o principal fator a ser observado na escolha do manejo de cobre na lavoura se refere à sua bioatividade.

“A forma de cobre bioativa, ou seja, que a planta tem capacidade de absorver, irá conferir maior mobilidade ao elemento no interior da folha e estimular naturalmente os mecanismos de resistência”, destaca.

Produtor de soja deve adotar múltiplas estratégias

Foto: Envato

A técnica da Brandt comenta que “o equilíbrio promovido por diferentes estratégias de fornecimento de nutrientes é primordial para a regulação do metabolismo das plantas e um forte aliado na redução dos danos causados por patógenos”.

Para entender como a nutrição se relaciona com a proteção de plantas, Bruna destaca que cada nutriente apresenta uma função dentro do metabolismo e fisiologia delas.

“Parte dos nutrientes atua no metabolismo primário, responsável pelo desenvolvimento e crescimento das plantas. Outra parte atua no metabolismo secundário (rota do ácido chiquímico e ácido malônico, por exemplo), responsáveis pela defesa vegetal”, reforça a especialista.

Ela destaca, ainda, que o produtor deve unir a nutrição equilibrada das plantas a outras práticas previstas pelo Manejo Integrado de Doenças (MID).

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