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Ela cuida de quatro fazendas de soja e não tem medo da crise

A agricultora paranaense Telma Brambilla demonstra que, com administração profissionalizada e cuidados no manejo, até um ano complicado pode render lucros

André Anelli, de Itambé (PR)
A safra não começou fácil para ninguém. Desde o inicio, boa parte das regiões produtoras de soja enfrenta algum problema relacionado ao clima, que tem atrasado o plantio da cultura. Para piorar, a falta de armazéns para estocar grãos é uma situação que se agrava a cada supersafra colhida, elevando os custos. Se estas razões estão tirando o sono de muito “cabra macho” por ai, para a agricultora Telma Brambilla, de Itambé (PR) são apenas obstáculos rotineiros.

Telma administra, junto com sua irmã, quatro propriedades rurais há onze anos. Na temporada 2016/2017 colheu em média 70 sacas de soja, nos 240 hectares de área plantada que possui. Para atingir o resultado, teve atuação direta na gestão dos recursos. “Eu e minha irmã cuidamos de toda parte administrativa das fazendas. Fazemos a compra de maquinários e também outros investimentos em tecnologias. Essa é a nossa parte”, garante.

A meta estipulada para o ano não é nenhuma loucura ou algo inalcançável. Com os pés no chão, diante da crise econômica e política vivida no país, Telma pretende apenas manter a produtividade em alta. Pela análise realizada por lá do consultor técnico do Projeto Soja Brasil, Áureo Lantmann, ela está no caminho certo.

“Aqui temos uma terra de alta fertilidade, latossolo roxo e sem problemas de alumínio. O maior problema seria o relevo. Mas até neste quesito ela conseguiu se dar bem e ter altos rendimentos na soja e no milho. Isso porque está usando terraços, com espaçamento muito adequado. E mesmo com fortes chuvas, não teve erosão nenhuma. Tudo perfeito”, explica Lantmann.

Para superar desafios agronômicos como esse, a agricultora conta com o auxílio de um engenheiro agrônomo especializado. Segundo ele, a maior dificuldade nesta safra tem sido o atraso do plantio. Até agora, pouco mais da metade da área foi plantada. No ano passado tudo já estava pronto nesta mesma época.

“Nesta época, em nossa região, a soja já deveria estar toda planta e germinada, inclusive. Esse atraso no plantio da soja vai acabar impactando no tamanho da janela do milho segunda safra. E, consequentemente, vai baixar um pouco a quantidade de tecnologia no plantio desta segunda cultura”, conta o engenheiro agrônomo, Valdecir Cravo.

Armazenagem

Outro problema enfrentado pelos produtores da região é a baixa capacidade de armazenagem, principalmente nas cooperativas. A última supersafra lotou os armazéns, o que pode comprometer o armazenamento da produção de soja, do próximo ano. “As cooperativas, que deveriam cuidar de nossos interesses, não estão nem aí. Não investem em silos e, se depender deles, ficamos na mão. Por isso já estamos analisando a possibilidade de investir em um silo próprio”, conta Telma.

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