O mercado da soja tem apresentado variações nos últimos dias, o que reflete mudanças tanto na produção quanto na demanda global. De acordo com a plataforma Grão Direto, nos Estados Unidos, os estoques de soja permaneceram estáveis em 10,34 milhões de toneladas. No Brasil, a safra segue estimada em 169 milhões de toneladas, mas na Argentina, a produção caiu para 49 milhões, impactada por condições climáticas desfavoráveis.
No cenário global, o USDA reduziu tanto os estoques de soja quanto a produção global, com as novas projeções apontando para 124,34 milhões de toneladas de estoques e uma produção global de 420,76 milhões de toneladas. A China, por sua vez, manteve suas importações em 105,5 milhões de toneladas, sendo um dos principais destinos da soja mundial.
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A alta demanda externa no Brasil tem impulsionado os prêmios nos portos, alcançando os melhores níveis do ano, o que ajuda a amenizar a queda nas cotações de Chicago e no valor do dólar. Essa dinâmica tem sido positiva para os produtores brasileiros, que se beneficiam da maior demanda. A colheita da soja no Brasil avançou na última semana, especialmente em Mato Grosso, apesar das chuvas nas regiões Centro-Oeste e Norte do país. Se o ritmo da colheita continuar, o Brasil deve alcançar patamares semelhantes aos das safras anteriores, atendendo tanto à demanda interna quanto externa.
No mercado de Chicago, o contrato de soja para março de 2025 fechou a US$10,37 por bushel, registrando uma queda de 1,05% na semana. O contrato para maio de 2025 também apresentou redução, fechando a US$10,53 por bushel (-1,03%). O dólar, por sua vez, sofreu uma queda de 1,55%, atingindo a região de R$5,70, o que pressionou negativamente os preços da soja brasileira.
As previsões climáticas para o Brasil indicam que as chuvas devem continuar afetando grande parte do país, especialmente nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste, devido ao fenômeno La Niña, que favorece a passagem de frentes frias e a formação de corredores de umidade. No entanto, o noroeste do país deve permanecer mais seco, o que pode beneficiar a colheita em algumas regiões.
A lentidão na colheita ainda é uma preocupação para o mercado comprador, e as exportações caíram 80% em relação ao ano passado, o que tem levado a um aumento nos prêmios nos portos. Caso o ritmo da colheita se estabilize, esses prêmios podem recuar.
A situação na Argentina continua sendo desafiadora, com a qualidade das lavouras em declínio. A Bolsa de Cereales da Argentina reduziu a porcentagem de lavouras boas ou excelentes para 17%, comparado aos 31% do ano passado. As próximas semanas serão decisivas para determinar o potencial produtivo do país, especialmente nas regiões de Córdoba, Santa Fé e Buenos Aires. Caso as condições climáticas não melhorem, é possível que as previsões de produção sejam ajustadas para baixo, o que agrava ainda mais a situação da safra argentina.