A consultoria StoneX elevou a sua estimativa de produção de soja na safra 2023/24 em 0,3%. Assim, aponta que o Brasil deve colher 164,1 milhões de toneladas do grão. Já para o milho verão, houve redução de 2,6% nas expectativas atuais, fixando o volume em 27,5 milhões de toneladas.
Segundo o analista de inteligência de mercado da empresa, João Pedro Lopes, o aumento na projeção da soja se deve à probabilidade de aumento de área plantada, principalmente no Nordeste.
De acordo com ele, pelo fato de o milho não estar em um momento comercial favorável, produtores optam por reduzir o espaço na lavoura destinado ao cereal e, assim, privilegiar a semeadura da oleaginosa.
Lopes lembra que mesmo sendo ano de incidência de El Niño, fenômeno que costuma levar mais chuvas para o Sul e menos para o Norte do país, as incertezas quanto à produção continuam. Desta forma, a consultoria pode, com o andamento da safra, reduzir projeções.
Preços da soja na safra 23/24
Quanto à rentabilidade do produtor, o analista enxerga que dificilmente os preços ao longo da safra serão melhores do que estão hoje.
“Temos expectativas de grandes produções de soja no Brasil, na Argentina e nos Estados Unidos, o que traz grande disponibilidade do grão e tende a limitar grandes altas. No entanto, como a questão climática é muito incerta, caso haja mudanças, o preço pode seguir em outra direção”.
Comercialização antecipada
O analista lembra que a comercialização da nova safra de soja está em cerca de 20% do volume. O índice é inferior ao registrado em temporadas anteriores.
“Para o milho a situação é bastante parecida, em um ritmo mais lento do que o normal. Há um grande volume a ser comercializado neste mercado, então ainda existe uma grande oferta para entrar no mercado”.