DE PONTA A PONTA

Farelo de soja brasileiro rastreado do plantio ao embarque foi enviado para a Tailândia em 3 navios

Operação com tecnologia blockchain foi firmada entre a Bunge e a CP Foods. Produto tem certificação digital de ser 100% livre de desmatamento

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Foto: Divulgação Bunge

Três navios com 185 mil toneladas de farelo de soja foram enviados do Brasil para a Tailândia recentemente. Até aí, nenhuma novidade. O que difere a transação é a forma inovadora como ela foi feita.

A Bunge e a Bangkok Produce Merchandising Public Company Limited (BKP), subsidiária da Charoen Pokphand Foods Public Company Limited (CP Foods) estão testando em conjunto uma plataforma com tecnologia blockchain (registro de transações confiável, que, basicamente, identifica quem é proprietário do quê) para comercialização de grãos 100% livres de desmatamento.

Assim, a destinatária conseguiu obter o rastreamento integral do produto, desde a origem da soja nas fazendas, passando por seu processamento e transporte até seu desembarque no destino final. Outros três navios, somando mais 180 mil toneladas de farelo de soja, devem ser embarcados até o próximo mês.

Protocolos sustentáveis

Em nota conjunta, as empresas destacaram que os produtos estão em conformidade com os protocolos de verificação socioambiental de fornecedores de ambas e foram cultivados em regiões de alta prioridade com zero desmatamento desde 2020.

Além dos dados de rastreabilidade, incluindo atendimento a diferentes critérios socioambientais, a plataforma com a tecnologia blockchain também possibilita o acesso a informações como a pegada de carbono dos volumes comercializados e se as fazendas de origem adotam práticas agrícolas regenerativas.

O CEO da Bangkok Produce Merchandising, Paisarn Kruawongvanich, afirmou que a empresa está trabalhando para conectar soluções de rastreabilidade baseadas em blockchain com fornecedores, parceiros e agricultores em todo o mundo, garantindo transparência em toda a sua cadeia de fornecimento.

De acordo com ele, a transação é um marco à companhia, que busca alcançar cadeias de abastecimento 100% livres de desmatamento até 2025.

Já o vice-presidente de Agronegócio da Bunge para a América do Sul, Rossano de Angelis Jr, ressalta que a tecnologia blockchain aprimora a transparência na rastreabilidade de ponta a ponta e aumenta a confiança de consumidores finais em projetos de soja.

O acordo entre as duas companhias envolve oleaginosas e seus produtos derivados originados pela Bunge no Brasil com destino a diversos países na Ásia, onde a BKP e a CPF produzem e comercializam rações e alimentos.