Os agentes do mercado mundial de soja por mais uma semana voltam suas atenções para o clima. Desta vez, entrou no radar um fato de grande proporção: o furacão Ida. O fenômeno climático, que causou preocupações para a logística dos Estados Unidos, agora está entre um dos fatores que podem afetar as cotações da oleaginosa.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Luiz Fernando Gutierrez Roque.
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- Os players do mercado da soja permanecem com as atenções voltadas para o clima sobre o cinturão produtor norte-americano para a finalização do desenvolvimento das lavouras e início dos trabalhos de colheita da nova safra. O mercado também avalia a situação dos portos americanos atingidos pelo furacão Ida nesta última semana, de olho em possíveis problemas de escoamento de grãos da nova safra. Sinais de demanda chinesa pela soja dos EUA fecham o quadro de fatores;
- Esta última semana foi novamente de um clima mais positivo na metade norte do cinturão produtor norte-americano. Maiores volumes de chuvas foram registrados nos estados da Dakota do Norte, Dakota do Sul, Minnesota e Iowa, o que deve ter sido favorável para o desenvolvimento final das plantas, impedindo uma piora nas condições das lavouras de soja. Tal fato trouxe certa pressão negativa para a Bolsa de Chicago;
- Diante de melhores condições climáticas também na semana anterior, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) indicou a manutenção das condições das lavouras norte-americanas em seu relatório do dia 30 de agosto. A tendência agora é que em seu próximo relatório semanal, que será divulgado na terça-feira, 7, o USDA aponte para uma melhora nas condições em alguns estados e em nível nacional, o que pode continuar pesando sobre Chicago;
- Apesar disso, o mercado da soja ainda tem grandes dúvidas com relação ao verdadeiro potencial produtivo da nova safra norte-americana. Desde o relatório mensal de agosto do USDA, as condições das lavouras pioraram, o que abre espaço para um corte na estimativa de produção em seu próximo relatório mensal, que será divulgado no dia 10 de setembro. Tal fato é fator de sustentação para Chicago, e o novo número pode trazer grande volatilidade após a divulgação;
- O furacão Ida atingiu várias plantas de recebimento e estruturas de exportação ao longo da região sul do rio Mississippi, mais próximo ao Golfo do México. Esta é uma região chave para as exportações norte-americanas, o que traz problemas para o escoamento de grãos, impactando negativamente Chicago. Há dúvidas com relação à extensão dos danos. É importante acompanhar novidades sobre o tema nos próximos dias, visto que a colheita norte-americana está prestes a começar;
- Novas vendas de soja norte-americana para a China continuam sendo anunciadas a cada semana, o que é fator positivo para Chicago. À medida que nos aproximamos da colheita, os volumes devem crescer. Apenas a ausência de compras pode surpreender, visto que a soja norte-americana fica mais competitiva com a entrada da safra.
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