Mato Grosso do Sul está comemorando a colheita da maior safra de soja de sua história: 13,3 milhões de toneladas. Segundo o Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga/MS), o volume representa um incremento de 17,8% maior que a safra 2019/2020 e supera em mais de 1 milhão de toneladas a perspectiva da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A colheita da soja já terminou em Mato Grosso do Sul e o Siga/MS acredita que o estado tenha colhido pelo menos 13,3 milhões de toneladas, bem mais que as 11,3 milhões de toneladas da safra 2019/2020, que até então era o recorde.
O balanço final da safra foi apresentado na última terça-feira (27) em live realizada entre o secretário Jaime Verruck, titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro) e André Dobashi, presidente da Aprosoja/MS.
Segundo o estado, a área cultivada com soja chegou a 3,529 milhões de hectares, ou seja um aumento de 4% ante a área semeada no ano passado.
“Ponta Porã é o município que mais aumentou a área cultivada com soja, com 15 mil novos hectares destinados à cultura, seguido por Nova Andradina com 12 mil hectares”, afirma a Semagro.
A produtividade média alcançada ficou 62,8 sacas de soja por hectare, mas algumas regiões no norte do estado conseguiram chegar a 70 sacas por hectare.
“Os números revelam que demos um salto de produtividade nesta safra, reflexo do investimento em pesquisa e tecnologia feito pelos agricultores”, destaca Dobashi.
O secretário Jaime Verruck ressalta que os números mostram o produtor cada vez mais preparado para a produção com qualidade e produtividade.
“A tecnologia se faz com pesquisa, com o produtor adotando essas informações e com crédito no momento correto. Agradecemos aos produtores que têm feito esse trabalho excelente que representa aumento da atividade econômica de todo o estado”, diz ele.
O Siga/MS conta com oito técnicos de campo e três técnicos internos para levantamento destas informações. Durante a safra de soja 2020/2021 foram realizadas 2.139 visitas presenciais em 1.202 propriedades rurais de Mato Grosso do Sul.
“Esses números mostram a capacidade de monitorar o desenvolvimento da safra com qualidade e precisão”, conta Dobashi.
Conab tem números diferentes
Normalmente os dados estaduais apresentam alguma diferença em relação aos dados previstos pela Conab. Nesta safra 2020/2021, por exemplo, a entidade nacional aposta em uma área plantada com soja de 3,149 milhões de hectares em Mato Grosso do Sul, bem diferente das 3,529 apontadas pela Siga/MS.
Outro dado conflitante é a produtividade esperada, que está na casa dos 61,5 sacas por hectare, abaixo do recorde obtido na temporada anterior, que foi de 62,7 sacas por hectare. O Siga/MS fala em 62,8 sacas por hectare.
Por fim, estes dois quesitos anteriores geram uma discrepância bastante grande na produção final esperada para a soja.
Enquanto a Conab prevê que o estado possa sim bater o recorde de 2019/2020 (11,3 milhões de toneladas), mas com uma diferença bem menor, na casa de 11,6 milhões de toneladas, o Siga/MS aponta para uma produção 1,7 milhão de toneladas maior, chegando aos 13,3 milhões de toneladas.