Os altos preços pagos pela saca de soja em Mato Grosso têm estimulado a venda antecipada e acelerada das safras futuras, que ainda nem foram plantadas. E, não estamos falando apenas da 2020/2021, que começou a ser semeada, mas também da 2021/2022, que já tem mais de 16% comercializado, segundo um levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Como não há precedentes, não há números de comparação, ou seja, nunca antes o estado comercializou soja (no caso trocou por insumos) para uma safra além da que ainda está sendo semeada.
Para a safra atual, o total de comercialização já supera a casa dos 56%, mas a atualização destes dados deve ocorrer no começo de outubro.
Segundo a entidade, o que tem estimulado essa corrida por negócios é o preço da saca, que em Mato Grosso supera o valor negociado na Bolsa de Chicago.
“A soja segue em alta devido à grande demanda chinesa por soja norte-americana, os preços continuaram acima de US$ 10 por bushel na Bolsa de Chicago. Já no estado, a alta do dólar e a baixa oferta do grão levaram à valorização semanal da soja em 2,98%. Vale ressaltar que há vários dias o preço no físico está acima de Chicago, o que não é normal quando se analisa o histórico da relação.”
O Imea também comentou em seu relatório semanal que as altas dos preços também ocorreram nos contratos futuros da soja.
“Algumas praças registraram preços de R$ 101,00 por saca para a safra 2021/2022, favorecendo ainda mais a relação de troca com os insumos para a temporada seguinte. Falando nisso, a comercialização de insumos da soja para a safra 2021/2022 está acima de 16% (até final de agosto), patamar recorde para o período.”