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CALAMIDADE

Mato Grosso vai sofrer a maior quebra de safra de soja da história, diz Itaú BBA

Relatório da instituição divulgado nesta quarta-feira derruba estimativa de produção de soja para todo o país, descartando ciclo recorde

soja seca
Foto: Pixabay

A irregularidade das chuvas em Mato Grosso desde o início da safra e o calor excessivo são fatores que fizeram o Itaú BBA, no relatório Radar Agro de dezembro, divulgado nesta quarta-feira (20) a cortar as projeções para a safra de soja mato-grossense e, também, para todo o país.

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“No começo do mês de dezembro, os mapas sinalizavam boas chuvas para o último mês do ano, com maiores precipitações acumuladas e chuvas mais bem distribuídas na região central do Brasil”, diz o documento.

De acordo com a instituição, os mapas de precipitação para a segunda quinzena deste mês sinalizam uma condição melhor para as chuvas na região central em relação ao observado nos primeiros 15 dias. “Porém, os acumulados devem seguir abaixo da média para o período sobre o estado de Mato Grosso”.

Quebra de safra histórica em MT

Diante de todo o contexto climático, o relatório do Itaú BBA reduziu a estimativa de produtividade para as lavouras de Mato Grosso, com uma quebra ao redor de 20% em relação ao potencial.

Assim, a safra para o estado está projetada abaixo das 40 milhões de toneladas. Com isso, a safra brasileira passa agora, nas estimativas da instituição, para 153 milhões de toneladas. Desta forma, a instituição descarta a possibilidade de safra recorde de soja para 2023/24.

“Cabe destacar que a maior quebra já ocorrida em Mato Grosso, de acordo com os dados históricos da Conab, foi da ordem de 11% (safra 1989/90), de modo que, se estivermos corretos, este deverá ser o pior ano da história da oleaginosa no estado”.

Oferta e demanda de soja

Segundo o relatório, com 153 milhões de toneladas para a produção total no balanço interno de oferta e demanda – considerando um crescimento de 3% para o consumo interno – a disponibilidade para a exportação viria para algo entre 95 e 96 milhões de toneladas para manter o balanço próximo aos níveis observados na safra 2022/23.

Conforme o relatório, trazendo esse número de Brasil para o balanço global, e ainda considerando uma retomada da produção da Argentina (próxima a 50 milhões de toneladas), o balanço seria um pouco mais apertado do que o esperado inicialmente. “Porém, ainda próximo aos níveis observados na safra 2022/23”.

Contudo, diferente do observado em 2022/23, na safra 2023/24 há a expectativa de forte crescimento para o consumo global do grão (+5%), algo que terá influência direta no comportamento dos preços no ano que vem.

Impacto nas vendas de soja

De acordo com o documento, para o Brasil, um reflexo que já vem sendo observado há algumas semanas é a valorização dos prêmios de exportação e dos basis no interior. Isso, diante de um cenário que ficou mais complexo para a safra brasileira, com uma produção que ficará aquém do potencial projetado no início do plantio.

Outro resultado da quebra de safra em Mato Grosso será a velocidade mais cadenciada das vendas de soja no Brasil, uma vez que o plantio segue atrasado no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e por lá, a safra ainda dependerá da confirmação das chuvas durante o mês de janeiro.

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